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Análise: caso Cartaxo e o triste isolamento político criado por ele mesmo

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo ( PV), vem colecionando uma série de revezes políticos e jurídicos. O alcaide sabe que está isolado na seara política e, dificilmente, emplacará um sucessor na prefeitura de João Pessoa. Sorriso minguado, foi mero figurante na convenção do PSDB no último domingo. “Persona non grata” na esfera petista, partido que, por décadas, figurou como general, hoje seu isolamento é patente no partido da estrela vermelha. Ele traiu a confiança do seu ex-companheiro Lula, quando a nau do Partido dos Trabalhadores começou a “fazer água”.

Também é visível a indisposição do agora presidente estadual tucano, deputado federal Pedro Cunha Lima, em ajudá-lo. O clã Cunha Lima está preocupado em “remontar” a força que já gozou no passado, centrando seus objetivos na prefeitura de Villa Nova da Rainha.  É pouco provável que o patriarca da família, o ex-senador Cássio Cunha Lima, desça a Serra da Borborema para dar pelo menos dois ou três tapinhas cordiais nas costas de Cartaxo. Não é seu estilo, ainda mais, havendo histórico indefensável que o gestor do “Picolé de Manga” não cumpre o que diz. O finado Luciano Agra e o vivo Nonato Bandeira atestam o que digo.

Para piorar seu “inferno astral”, que ele mesmo buscou, em sucessivos rompimentos com ex-aliados, há uma desconfiança descomunal no  tocante à sua administração.  Algumas peripécias “pouco usuais” no tratar e executar acordos, e no cuidar da chamada coisa publica, são partes que pesam contra Luciano Cartaxo. 

A União exige, e já obteve vitórias na justiça, o ressarcimento de 10 milhões de reais nas obras de revitalização do Parque Solon de Lucena, também conhecido como “Lagoa”, por identificar (isso é um eufemismo) irregularidades na obra.

Diante do exposto, pondo o leitor novamente direto  ao "causo", A CGU realizou, entre agosto a setembro de 2015, fiscalização no tocante ao desassoreamento, que consistiu na retirada de mais de 200 toneladas de solo mole do interior da lagoa do Parque Sólon de Lucena; as problemáticas contra Cartaxo surgem com a demolição do muro de contenção e sistema de drenagem de galeria por método não destrutivo.

O resultado foi a elaboração do Relatório de Fiscalização nº V01023, que constatou irregularidades e sobrepreços, apontando prejuízos de mais de R$ 10 milhões.

Não que esse escândalo seja uma “peculiaridade” da gestão pessoenese, mas convenhamos; as “obras da Lagoa”, que, chuva vai, chuva vem, dão à população a “chance” de pescar tilápias no Terminal de Integração de ônibus da capital é risível.  Justamente por ser a obra deficitária, dentre outras tantas, além  das falhas políticas de Cartaxo e outros “adendos”, afastam o gestor de  forças políticas paraibanas, como senador José Maranhão, líder supremo do MDB na Paraíba.

Para finalizar o “efeito borboleta” que pesa contra Luciano Cartaxo, ele não compareceu na manhã desta quarta-feira (08) à coletiva de imprensa destinada à promoção do São João da capital em 2019, na sede da Funjope. Uma fonte da PMJP ligada ao colunista disse que o prefeito,  por estar em “reunião inadiável”,  não conseguiu chegar a tempo. Detalhe: “foi o que mandaram e falar”, disse o assessor da prefeitura.

A pura verdade é que Cartaxo não “pintou” na Funjope por entender e saber que seu quadro está, cada vez, próximo ao caos pintado por Pablo Picasso na sua tela intitulada “Guernica”, um símbolo do antimilitarismo mundial e da luta pela liberdade do homem.

Mais um revés contra Cartaxo:  “misteriosamente” retirado do ar em blogs e sites,  apenas o Blog do Tião não recebeu supostamente censura ou algo similar referente às acusações sérias contra o prefeito e seu secretário de Saúde, Adalberto Fulgêncio

Eis a denúncia:

O promotor de Justiça do Patrimônio Público, Ádrio Nobre Leite, instaurou um inquérito civil para investigar o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), e os secretários de Saúde Adalberto Fulgêncio (titular) e Ana Giovana Medeiros (adjunta) por coagirem servidores da Prefeitura de João Pessoa para atuarem na campanha eleitoral do irmão gêmeo do prefeito, Lucélio Cartaxo (PV), candidato a governador em 2018.

De acordo com as investigações, 70 servidores teriam, durante o período eleitoral, sido postos em situação de desvio funcional. Maioria destes seriam contratados por excepcional interesse público e atuavam nos distritos sanitários de João Pessoa.

No inquérito civil público, instaurado em abril deste ano, é relatado que, na primeira semana de agosto de 2018, houve uma reunião no gabinete da secretária adjunta da Saúde, Ana Giovana, com as cinco diretoras dos Distritos Sanitários Kaligia Deininger (DS I), Joyce Lane Braz (DS 2), Camila Sousa (DS 3), Katherine Alves (DS 4), Fabíola de Oliveira (DS 5) e a gerente de Atenção Básica Naedina Gomes. A reunião teria o aval do secretário Adalberto Fulgêncio e do prefeito Luciano Cartaxo e teria sido organizada pelo secretário adjunto do Desenvolvimento Social, Vítor Cavalcante.

Ainda de acordo com as investigações, o objetivo das visitas qualificadas era “tentar modificar o voto dos entrevistados quando a resposta do voto se dava em desfavor do candidato Lucélio Cartaxo”.

Os servidores que teriam sido coagidos pela gestão do prefeito Luciano Cartaxo faziam este trabalho de campo na campanha e o expediente nos Distritos não eram cumpridos. O trabalho seria “travestido em férias simuladas com períodos de 15 dias ou 30 dias” e depois, acrescia mais 15 dias, “com início no dia 20 de agosto”.

Após serem convocados e coagidos, os servidores também eram obrigados pelos diretores dos Distritos Sanitários a preencherem os formulários de requisição de férias. Ao assinarem, também recebiam um “kit visita qualificada”.

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Eliabe Castor
PB Agora


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