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Policiamento Comunitário da Ilha do Bispo inibe violência no bairro

Quem mora na Ilha do Bispo há mais de um ano ainda lembra bem como era a rotina no local. Os moradores viviam amedrontados com convivência diária com situações de perigo. Tiroteios, homicídios, balas perdidas, tráfico de drogas e arrombamentos de imóveis faziam parte do cotidiano do lugar. Assustadas, as pessoas não saiam à noite e nem se atreviam a descumprir o chamado ‘toque de recolher’, imposto por bandidos. Traficantes fechavam escolas e comércios e determinavam até o tempo de duração das festas na rua. Os crimes ocorriam em plena luz do dia e causavam pânico na população.

Mas essa é uma realidade que ficou no passado. Há cerca de um ano, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social implantou na Ilha do Bispo o Núcleo Integrado de Policiamento Comunitário. O serviço foi instalado em uma das áreas do bairro que apresentavam alto índice de violência. Em um prédio novo e bem equipado funcionam uma Delegacia da Polícia Civil e um posto de operação da Polícia Militar. Doze militares, além de agentes civis e delegados, trabalham na área dia e noite para inibir a atuação de marginais. “Em oito meses de atuação, conseguimos prender mais 50 bandidos, como homicidas, estupradores, pedófilos, assaltantes. Há operações que prendemos quatro, cinco elementos de uma só vez”, afirma o coordenador do Núcleo de Policiamento, tenente Antonio de Souza Santas.

“Nós prendemos os suspeitos e já trazemos para o núcleo, onde são autuados na delegacia. É tudo mais fácil e seguro”, observa o sargento Alcântara, que trabalha na área.

Instalado em setembro de 2009, o núcleo funciona durante as 24 horas diárias. Além de plantonistas, conta com duas viaturas exclusivas que são usadas em rondas e averiguações. Há ainda um telefone fixo que funciona como disque denúncia. O número já foi disponibilizado para a população que pode usá-lo para repassar informações de forma sigilosa e segura. “Quando recebemos chamados, anotamos as primeiras informações e já saímos em campo para apurar o caso. Mas orientamos ao cidadão que acione também o Ciop (Centro Integrado de Operações Policiais) através do 190. Em muitos casos, quando o Ciop é acionado, já estamos atendendo a ocorrência”, declara o sargento Alcântara.

 

Resultados satisfatórios

Além de repressão ao crime, o policiamento comunitário realiza ações de prevenção da criminalidade. “Nós realizamos palestras em escolas, em associações de moradores e orientamos jovens a não usar drogas e nem se envolver com os crimes. Essa relação com a comunidade ajuda até na solução dos crimes, porque os moradores sentem confiança em nos passar mais informações”, completa o tenente Antônio.

Trabalhando em parceria com a comunidade, o núcleo vem apresentando resultados satisfatórios e agradando aos moradores. Em menos de um ano de implantação, o serviço foi o responsável por tirar de circulação assaltantes de ônibus, traficantes e homicidas. O clima mais tranquilo pode ser percebido nas ruas e nos hábitos dos moradores. Antes da instalação do Núcleo de Policiamento Comunitário, não se podia, sequer, ficar na porta de casa a partir das oito horas da noite. “Se a gente ficasse aqui fora, podia levar um tiro, porque tinha tiroteio demais. Mas, isso não existe mais. Hoje, fico sentada aqui na minha porta até a hora que quiser, porque tem polícia na rua”, conta a dona de casa e pensionista Severina Cícera Lima dos Santos, 74 anos, que mora na Ilha do Bispo há 20 anos.

O pensionista Luiz Dias de Araújo, 70 anos, mora na Ilha do Bispo há cerca de 40 anos e não lembra a época em que o bairro esteve tão seguro. “Graças a Deus, isso aqui bom demais. Hoje eu fico aqui na porta de casa até as onze horas da noite, jogando dominó e não tenho medo, porque tem polícia rondando a rua. Antes, aqui tinha muito era mata-mata”, diz ele, numa alusão à quantidade de homicídios que ocorria no local.

A estudante Marcela Silva, 23 anos, também se mostra aliviada com o clima de paz no bairro. Ela que, por pouco, não abandonou os estudos, agora, não sente medo de voltar do colégio à noite. “Antes, eu tinha medo de ir para a aula, porque eles (bandidos) fechavam tudo e não deixavam ninguém estudar. Tive até vontade de parar o curso. Mas, agora, tem policiamento na porta da escola e a gente fica mais tranquilo”, conta.

 

Comerciantes mais seguros

 

Comerciantes também comemoram o resultado do trabalho da polícia. A proprietária de bar, Danielle Gonçalves, quase fechou o negócio por causa da insegurança. Ela lembra que muitos de seus clientes foram mortos a poucos metros do comércio e começou a ver a clientela desaparecer. “Quase que vendia isso aqui e ia embora, porque a gente não conseguia trabalhar. Vivíamos assustados, temerosos e meu bar chegou até a ser arrombado. Depois que o núcleo de policiamento chegou aqui, tudo isso mudou. Hoje, temos tranquilidade”, comemora.

 

 

Assessoria

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