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Carta que prega união de facções alerta PM

Informações repassadas nos últimos dias à polícia do Rio de Janeiro de que um chefão do tráfico se uniria a uma facção criminosa rival não se confirmaram, segundo um agente da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas). Apesar do fracasso dessas negociações, a polícia fluminense está em alerta para a possibilidade de um acordo mais amplo que pode ser costurado futuramente pelas facções. A suspeita surgiu após a apreensão em várias favelas da cidade de uma carta não assinada em que se prega a união entre os três grupos criminosos que controlam as comunidades.
A reportagem do R7 teve acesso à carta que traz a seguinte mensagem no início.

– Foi decretada a união dos três partidos [facções] que todos os partidos tenham respeito e lealdade, força, humildade e amor no coração e muita dignidade a favor de todas as comunidades, por favor se unam a nós.

O bilhete diz ainda que, quando houver repressão policial, os criminosos de todas as favelas praticarão ataques na cidade. Por meio de assessoria de imprensa, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que não teme a possível união entre facções.

Um agente da delegacia de Brás de Pina (38ª DP), na zona norte, disse que, em algumas favelas cariocas, como a Vila dos Pinheiros e o morro do Dendê, na Ilha do Governador, na zona norte, os traficantes ignoraram a carta, mas em outras, como a Mineira e a Coreia, em Senador Camará, na zona oeste, os criminosos analisam a possibilidade de aderir ao chamado.

Os policiais ainda não sabem quem são os autores da carta. Há a suspeita de que ela tenha sido enviada pelo traficante conhecido como Isaías do Borel, que pertence à facção que controla o Alemão.

Acordo frustrado

De acordo com o policial da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), o chefe do tráfico nas favelas de São Carlos, Zinco, Querosene e Mineira, na região central da cidade, conhecido como Coelho, pretendia mudar de facção e procurou o grupo que controla os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, para se associar.
O agente informou à reportagem do R7 que houve uma conversa por telefone entre a cúpula do Alemão e da Penha com Coelho, mas eles não chegaram a um acordo. Isso porque a facção exigiu que Coelho passasse o controle das comunidades Mineira e do Zinco para outros integrantes do grupo, como Nai, Fu e Claudinho. Coelho, entretanto, não aceitou a oferta e foi recusado pela quadrilha, que ainda ameaçou invadir os locais.

O policial disse ter recebido informações de que Coelho estaria disposto a mudar de facção após a morte do antigo comparsa Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, em um tiroteio com a polícia na Mineira em março passado. Segundo o agente, há boatos de que Coelho entregou o paradeiro de Roupinol à polícia, o que desagradou a facção.

O agente informou que Coelho já não pode transitar mais em algumas favelas da facção como a própria Rocinha e o morro dos Macacos, em Vila Isabel, na zona norte. A situação dele na organização ainda está indefinida. O grupo, antes mesmo da aproximação de Coelho com outra quadrilha, já estava rachado, com os traficantes da Vila Vintém, em Padre Miguel, na zona oeste, e da Pedreira, em Costa Barros, na zona norte, isolados.

R7

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