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Vereador da Paraíba rechaça ministro do STF por abuso de poder

O parlamentar disse que Lewandowski devia mirar-se no exemplo de seu avô, o saudoso desembargador Emílio Farias

O vereador Bruno Farias (PSS) prestou solidariedade ao advogado Cristiano Caiado de Acioli, na manhã dessa quinta-feira (06), na Câmara Municipal de João Pessoa. O parlamentar se posicionou, contrário ao comportamento do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que ameaçou prender o advogado por fazer críticas ao STF durante viagem de São Paulo para Brasília.

 

“Eu, particularmente, por uma questão de formação e edução, não faria uma crítica como foi feita ao ministro, naquele ambiente de um voo comercial. Agora é preciso registar que, independente de minha postura, nós, como homens públicos, devemos defender o mais amplo e restrito direito de liberdade de pensamento. E o advogado Cristiano Caiado de Acioli, de maneira cordata, ordeira e pacifica, fez uma crítica ao STF e não personalizou crítica ao ministro Lewandowski”, disse Bruno.

 

Segundo o vereador, Lewandowski, em meio a esse clima de radicalidade que grassa no país, valendo-se da condição de seu cargo, quis dar uma carteirada. “A meu ver, o ministro excedeu-se, cometeu um abuso de autoridade. Afinal de contas um agente público, seja em que nível for, não pode ser imune a críticas. Uma pena que um ministro do STF, guardião da Constituição Federal, portanto aquele que deve ter o maior cuidado e zelo com a mesma, tenha se excedido e praticado um ato de sufocamento da liberdade de expressão e de pensamento”.

 

Ainda durante seu pronunciamento, o Bruno Farias relatou um episódio que ocorreu com seu avô, desembargador Emílio Farias, nos idos de 1966, quando presidia o Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, no início da Ditadura Militar. “Em determinada ocasião, num evento social, meu avô encontrou-se com um Comandante da Guarnição Militar do Estado da Paraíba e, lá pelas tantas, o Comandante disse que não tinha uma boa impressão do poder judiciário presidido por vovô”.

 

Bruno contou que o comandante fez esse comentário porque, na época, os juízes de primeira, segunda e terceira entrância estavam concedendo habeas corpus para a liberação de presos políticos. Ainda não havia sido editado o AI-5, portando o habeas corpus não havia sito ainda expelido do Ordenamento Jurídico Brasileiro. “E meu avô, cordial e cordato, olhou para o comandante e disse: Ainda bem que sou um desportista e esse jogo para mim está 1 a 1, porque eu também não tenho uma boa impressão do Comando Militar que Vossa Excelência representa”.

 

“É assim, em clima de cordialidade e civilidade que as autoridades públicas devem se comportar. Mire-se nesse exemplo ministro Ricardo Lewandowski”, finalizou Bruno.

 

Ascom

 

 


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