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Ruy Carneiro: PSDB precisa fazer autocrítica e descer do muro

O PSDB só crescerá se fizer uma autocrítica e, sobretudo, descer do muro. A avaliação é do deputado federal tucano, Ruy Carneiro, cujo nome é cogitado para disputar a Prefeitura de João Pessoa em 2020. “O PSDB errou num passado recente e tem que conservar o seu caminho. Aquela tese de partido em cima do muro, de partido que não se posiciona, com o tempo estará se dissipando. Então, o partido tem que ter posição. Para ganhar voto, ou para perder voto, o partido tem que ter posição”, frisou o parlamentar.

Nesta entrevista ao à coluna, o deputado Ruy Carneiro aponta que o maior erro do seu partido foi ter permanecido no Governo Temer, sobretudo depois de comprovado o envolvimento deste governo em corrupção, a troco de cargos e conveniência política.

Eis a entrevista:

O Sr tem uma atividade parlamentar focada também na área de saúde. O Sr poderia fazer um resumo dessas ações em prol de hospitais e outras instituições?

Ruy Carneiro – Nos buscamos fazer sempre fazer um mandato propositivo para quem mais precisa. Todas as pesquisas de opinião pública, que eu tenho em João Pessoa e no Estado, apontam que o maior problema é a saúde. Não existe a educação sem saúde; não existe infraestrutura sem saúde, não existe cultura sem saúde. E nós focamos nossa ação nesse tema. Ampliamos também para a ação social. Na saúde buscamos ajudar o debate sobre o tema. Fomos, no Brasil, o primeiro presidente da Frente Parlamentar de Combate ao Câncer, mas buscamos ajudar os hospitais aqui do nosso Estado. Eu criei um conceito para os nossos colegas dizendo o seguinte:  quem ajuda o Hospital Napoleão Laureano está ajudando a todas as cidades. Porque às vezes você coloca uma emenda para fazer uma praça em Cajazeiras, São José de Piranhas, no Conde, por exemplo; mas você ajudando o Laureano está ajudando todo o Estado. Porque os pacientes que vãopra lá, para o São Vicente de Paula, Fap, Padre Zé, são de todo o Estado. Buscamos ajudar maciçamente estas instituições, porque como elas tem um alto índice de filantropia, acima de 90%, eles têm uma dificuldade de manutenção muito grande. Então é importante que os parlamentares tragam pra si esta responsabilidade.

E no campo da ação social?

Ruy Carneiro – Migramos para a ação social. Começamos a observar que existem muitas entidades, com relevantes serviços prestados, como Lar da Providência, Vila Vicentina, Lar Fabiano Vilar (hoje Aspan) e várias outras que não têm condições de se manter sem a ajuda da sociedade. E ai também porque não recorrer a empresas, ao Governo Federal, às emendas parlamentares. Ai nós criamos uma cartilha para orientar essas pessoas sobre como elas devem proceder para chegar a uma Ambev, uma Nestlé, a um deputado, para conseguir uma emenda.

E como as instituições devem proceder para ter acesso a esta cartilha?

Ruy Carneiro – A cartilha está no nosso Instagran, no nosso Facebook; baixa e tem acesso a ela, ou liga para nosso gabinete que nós mandamos. Temos uma equipe que pode ser procurada para qualquer esclarecimento. Foi uma equipe nossa especializada em orçamento que preparou esta cartilha. Com a documentação sugerida nesta cartilha você está apto a participar de tudo, seja de empresas que abrem espaços para se ter a oportunidade de ser contemplado num projeto seu; seja recurso de Ministérios, seja uma liderança parlamentar. A tese da cartilha é essa: dar  a oportunidade de se sair apenas da caridade, do pede-pede e ir para uma coisa amis técnica. E tem dado certo. Só agora, coloquei emendas ai para umas vinte entidades, como Vila Vicentina, Apae, Aspan, Casa da Misericórdia, Casa da criança com Câncer etc. O Napoleão Laureano, sobretudo, que é o nosso carro chefe. E nos estamos ai liberando mais de R$ 2,5 milhões; tem também um grande hospital filantrópico de Campina Grande, que será inaugurado nos próximos anos e já colocamos recursos pra la.

Vamos falar de alguns projetos de sua autoria. Um deles é a PEC que acaba com a famigerada pensão de governadores. Como está a tramitação, o Sr sofre pressões por conta dela?

Ruy Carneiro – No início sim. Ela é uma PEC de 2003. Em relação aos que já têm direito, há uma ação da OAB de inconstitucionalidade, e que está no STF. O nosso projeto foi aprovado na CCJ e está numa comissão especial; depois desta comissão, irá para o plenário. Estou notando um certo boicote na comissão especial, na sua formação: os líderes ainda não indicaram os membros para formá-la.  Isso e um sinal de dificuldade, mas nós continuamos ai na luta. Acho uma imoralidade, naturalmente, o cidadão ser governador oito meses e ficar com esta pensão até a morte e, quando morre, a viúva continua. Como é que um País conversa sofre reforma da Previdência e não trata de um tema desse que tem impacto na Previdência dos Estados.

O Sr também é autor de um projeto que, sobretudo agora, está muito em evidência: disciplina a relação das OS com os Estados. Como é que é isso?

Ruy Carneiro – Nós tivemos aqui no Brasil estes escândalos de organizações sociais (OS), não só na Paraíba onde se desenrola a Operação Calvário, mas em vários Estados. Observando as notas técnicas dos Tribunais de Contas e dos Ministérios Públicos, observamos uma serie de brechas que afrouxavam a relação entre Estados e OS. Exemplo: salários acima do teto; funcionários do Estado à disposição da OS sem custos para ela, enfim: uma série de situações que facilitavam a corrupção. Já havia um projeto com outro víeis tramitando lá na Câmara, nós apresentamos o nosso, que está próximo de ir para o plenário. Vai endurecer a legislação e dificultar exatamente a promiscuidade entre alguns Estados, algumas Prefeituras e as organizações sociais.

A propósito: o Sr concorda com a terceirização nestas áreas do serviço público, sobretudo em Saúde, Educação e Segurança?

Ruy Carneiro – Depende da área e depende do serviço a ser prestado. Tem serviços básicos que não vejo grande problema. Agora, independente das áreas você tem que aumentar a fiscalização. É uma maneira mais prática, uma maneira um pouco mais cara, mas ela tem que ser fiscalizada para não se transformar no que se transformou no Brasil.

Sendo aprovado este seu projeto, por exemplo, o que aconteceu na Paraíba com as OS na Paraíba não aconteceria?

Ruy Carneiro – Nosso projeto, sendo aprovado, dificultaria muito o que aconteceu aqui. Na verdade, tiveram muitas notas técnicas do Tribunal de Contas do Estado, em relação a Cruz Vermelha, mas o Estado fez vista grossa a elas.

Como é possível que tudo aquilo tenha acontecido durante tanto tempo, mas só tenham percebido depois que mudou o governo. Ninguém viu nada antes, como é possível isso acontecer?

Ruy Carneiro – Em termos de comentários, se você ler os pareceres do Tribunal de Contas em relação a essa questão, o TCE por muitas vezes chamou a atenção do Estado.

O Sr também é autor de um importante projeto que cria a praia inclusiva. Pode detalhar o que prevê o tal projeto?

Ruy Carneiro – Praia inclusiva tem muito a ver com um fato que aconteceu em João Pessoa, recentemente, do acesso  das pessoas com deficiência à praia. Qual é a nossa lógica mudando o estatuto das cidades? Para a pessoa deficiente você prepara o shopping, a calçada, o ônibus, mas não prepara a praia, que é o bem mais democrático da cidade. O que é que estamos propondo? Que nas cidades com praia, o prefeito faça esse acesso com espaçamento, para a pessoa que tenha dificuldade locomotora. Às vezes não é nem uma pessoa que tenha uma deficiência física, mas já de idade avançada e precisa da facilitação de acesso a esse bem comum, que é a praia. Tem repercutido muito bem nos debates na Câmara Federal, pelas comissões  onde está passando.

Na Câmara Federal o Sr abdicou do chamado auxilio mudança. O que vem a ser isso?

Ruy Carneiro – Primeiro, isso faz parte de um histórico nosso, de luta pelo fim do nepotismo; pelo fim do 14º e 15º salários dos parlamentares, que quando deputado eu deixei de receber mesmo quando estava sendo pago. Hoje não existe mais estes salários. Agora, essa nova luta dentro dessa nova trincheira, que é o fim do auxilio mudança. Não tem nenhum sentido o parlamentar, no início e fim do mandato, receber mais um salário completo para uma mudança que não existe. Porque se você vai morar num apartamento funcional que  está decorado, ou vai morar  num hotel que já tem mobília, ou num flat mobiliado – que são as opões que se dá – você não tem mudança. Mudança e quando você pega um caminhão, põe as coisas de sua casa e leva. Ai teria alguma lógica. Por isso, nós abrimos mão e, ai, demos também um antídoto: apresentamos um projeto de resolução, que está com o relator, para que esse benefício, que é uma excrescência, acabe.

Teremos um ano eleitoral pela frente, em 2020. O Sr pretende disputar a Prefeitura de João Pessoa?

Ruy Carneiro – Eu digo sempre o seguinte: se você milita politicamente em determinado município, João Pessoa, Serraria ou Princesa Isabel, naturalmente tem um sonho de ser prefeito daquela cidade. Da mesma forma, se você milita na Paraíba, tem o sonho de ser governador. Comigo não é diferente: nós temos ai uma parceria construída com o prefeito Luciano Cartaxo e uma série de partido (PSC, Solidariedade etc.) e logicamente,  esse assunto tem que ser discutido em breve, no ano da eleição, mas dentro de critérios, pesquisas, análises de nomes. E, logicamente, nosso nome dentro do partido, além de outros que possam estar a disposição.

Mas, qual tem sido a reação do partido diante dessa sua disposição de disputar a Prefeitura de João Pessoa?

Ruy Carneiro – O partido, nacionalmente, tem interesse de estar presente na disputa, sobretudo nas Capitais, porque quem não joga não tem torcida. É o interesse comum de todos os partidos: se puderem ter bons quadros, disputando as eleições na Capital, todos querem, não é diferente no PSDB. Logicamente, temos boa relação, já tivemos esta conversa e é de total interesse deles.

O PSDB necessariamente terá uma candidatura própria à |Prefeitura de João Pessoa, ou poderá se comor com outros partidos?

Ruy Carneiro – Se compor é sempre interessante, estando ou não na cabeça de chapa. A nossa tese é bem clara e salomônica: sentar com esse agrupamento. Acho que todo esse nosso agrupamento que vem da campanha de governador. Você tem que ter as regras do jogo e a liberdade de cada partido indicar o seu nome. Ai nós vamos fazer uma avaliação técnica. Não podemos fazer uma política de brincadeira, de desejos pessoais. Têm muitos nomes colocados, já citados, nomes de relevância como Diego Tavares, Manoel Júnior, o nome de Cícero Lucena e outros. Os nomes têm que ser avaliados tecnicamente. E o agrupamento precisa agir com sabedoria. Tem história para contar, quer dizer o parlamentar, o personagem escolhido tem que ter hiostoria para contar de sua vida pública e estar levando um projeto aprovado pela cidade e que pode ser ainda mais ampliado.

Qual foi o grande erro deste agrupamento de partidos na eleição para governador? Todo mundo bateu cabeça e a coisa desandou geral?

Ruy Carneiro – No meu entendimento, esse agrupamento tinha tudo para ganhar a eleição, com Luciano Cartaxo candidato a governador. A partir do momento em que apareceu a candidatura de José Maranhão, que era legítima e todos têm o direito de ser candidato, a situação começou a se complicar um pouco. Criou aquele cisma, aquele problema, Luciano que era o nosso candidato não saiu e nós entramos em campo com um plano B. Não era o esperado. Poderia ser Lucélio, poderia ser Pedro Cunha Lima, poderia ser qualquer outro nome, mas não era o nome esperado pelo público. Então, quando Luciano ficou na prefeitura, já foi um prenúncio de dificuldade para a campanha de  governo. Isso prejudicou a oposição.

O Sr já começa a pensar em projeto pra governar João Pessoa. Afinal, o seu nome está disponível, mas e o projeto?

Ruy Carneiro – Nós temos uma vivência na cidade muito grande. Temos uma boa noção de todos os setores. Já fui candidato a prefeito aqui, fui vereador duas vezes, secretário do município, secretário de Estado, deputado federal. Eu tenho uma visão macro dos problemas da cidade e de como resolver os problemas. Até nossa experiência em Brasília, no segundo mandato de deputado federal, nos ajuda bastante por saber trazer o dinheiro federal, que é muito importante hoje para as administrações e a nossa relação tanto com os partidos, quanto com o governo, acho que é importante em relação a isso. Mas acho que essa análise técnica deve ser do grupo e também estaria, tanto eu quando o partido, prontos para apoiar um outro nome que porventura esteja em melhores condições. Agora, se o meu estiver, também respeitem a minha condição.

Com relação a Campina Grande, qual é o projeto do PSDB?

Ruy Carneiro – É do nosso interesse, claro, que o candidato do grupo saia do PSDB. Essa condução será feita por Romero, que tem uma administração aprovada, vai inaugurar agora o maior conjunto residencial do Brasil, o Aluízio Campos, gigantesca, de suma importância porque beneficia milhares de famílias. A condução é dele. Logicamente, da mesma maneira que sugiro aqui em João Pessoa, se ouça os partidos. Ele era do PSDB, mas saiu para o PSD, que é um partido irmão.

O governador de São Paulo, João Doria, tem falado num “novo PSDB”. Um PSDB depurado, compatível com um novo momento do Brasil. O Sr Compartilha dessa ideia de Dória, ou o PSDB é um só? E de que lado o Sr estaria, do novo PSDB ou do antigo?

Ruy Carneiro – O PSDB está mudando. E sempre quando eu vou participar de um evento do PSDB, como participei recentemente do PSDB-Mulher, abro dizendo que o partido só cresce a partir do momento que faça a sua autocrítica e busque melhorar. Então, o PSDB tem que fazer a sua autocrítica. Errou num passado, agora há pouco, e tem que conservar o seu caminho. Eu acho que o PSDB tem se posicionado de maneira muito clara em todos os momentos depois dessa proposta de mudança. Aquela tese de partido em cima do muro, de partido que não se posiciona, com o tempo estará se dissipando. Então, o partido tem que ter posição. Para ganhar voto, para perder voto, o partido tem que ter posição.

As pessoas precisam saber de que lado está o PSDB, é isso?

Ruy Carneiro – Lógico. Inclusive porque o PSDB, no meu entendimento, se não  for o que tem mais é um dos partidos que tem melhores quadros.

O Sr se referiu a erros recentes do PSDB. Teria sido durante o processo de Impeachment de Dilma, ou não, e quais teriam sido os erros do partido?

Ruy Carneiro- O grande erro do PSDB foi ter continuado a participar do governo Michel Temer, mesmo depois de estar claro, para a opinião pública, o envolvimento do governo em corrupção. Então, como é que você cassa uma presidente da República colocando a questão da corrupção, entra novo governo, tudo bem que o partido foi ajudar o Brasil no novo governo; o outro governo de repente aparece na lama, ai você continua na lama pela conveniência dos cargos e pela conveniência política. Esse foi o grande erro do PSDB que, graças a Deus, eu não participei. Se você observar, nenhuma das  vezes em que o presidente Michel Temer veio aqui, em nenhuma estive presente, não indiquei cargos, não participei de cargos mesmo sem mandato. Enfim, eu me isento disso, mas fazendo uma análise partidária, acho que, sem dúvida nenhuma, este foi o grande erro.

O fato de o Sr não estar presente neste cenário ai, durante o Governo Temer, pode ter lhe ajudado a se eleger deputado mais uma vez?

Ruy Carneiro – Acho que sim. Acho que o meu voto para deputado federal foi mais um voto em Ruy, independente de partido, e foi mais um voto do recall do meu trabalho. Trabalho no Laureano, trabalho como secretário de esportes, como autor de alguns projetos. Acho que a coisa fluiu por ai.

Essa mudança que o Sr prega pro PSDB, que precisa sair do muro, é uma ideia sua? Ela é bem aceita no PSDB?

Ruy Carneiro – É uma ideia do PSDB como um todo. Dentro dessa análise da própria crítica ao partido, um dos pontos, segundo pesquisas apontam: o partido precisa ser mais afirmativo nas suas posições, para o bem e para o mal. Mas, tem que se posicionar, e o partido tem tudo para avançar, porque tem bons quadros conceitualmente falando; e na Câmara Federal, mesmo tendo diminuído a bancada, quando fala o plenário pára para ouvir.

Como explicar que o ex-governador Cássio Cunha Lima, com o nome, a história e a tradição familiar na política, chegando a ser um nome nacional, tenha ficado em quarto lugar na disputa para o Senado nas eleições passadas?

Ruy Carneiro – Foi uma série de situações. Vou citar algumas: primeiro achando que Cássio fez um bom mandato. Eu andava muitas vezes com Cássio em Brasilia, São Paulo, e as pessoas paravam para tirar foto nos aeroportos. E aqui na Paraíba era diferente, porque o eleitorado daqui tinha um sentimento diferente do sentimento nacional. E isso o prejudicou um pouco. Se você for perguntar as mesmas pessoas que não votaram em Cássio se ele fez um bom mandato, se ele é um parlamentar atuante, um bom senador, vão dizer que sim. O viés político o prejudicou. Também tivemos a dificuldade de um mau desempenho, tanto para governador, quanto para presidente, o que reflete no resto da chapa e também nas candidaturas proporcionais. Ou seja, nesta eleição, quem estava acoplado a Lula ou acoplado a Bolsonaro teve mais sucesso; quem não estava, teve mais dificuldade. É aquela coisa que digo sempre, da lancha e da correnteza, da maré. Cássio teve uma maré contra. Não Cássio, mas todos desse agrupamento. Então, eu atribuo a isso.

Neste PSDB proposto, fora do muro, qual seria o papel de Cássio Cunha Lima? Ele ainda é importante para o PSDB? Resumindo: que projeção o Sr faz sobre o futuro político de Cássio Cunha Lima?

Ruy Carneiro – Cássio, neste instante, segundo conversas nossas, ele está fora do jogo, por decisão pessoal.

Fora da Politica?

Ruy Carneiro – Fora da política. Se você perguntar: Ruy você acha que Cássio ainda pode vir a ser candidato? Acho, mas bem pra frente. No momento, acho que não. Pra 2020 tenho certeza que não.

E Pedro Cunha Lima?

Ruy Carneiro – Pedro Cunha Lima é um bom quadro, tem se destacado; é uma opção para Campina e até para João Pessoa. Ai tem que ver a análise partidária lá, com os de Romero, os agrupamentos de cada cidade, mas tem desempenhado um bom mandato.

Que avaliação o Sr faz da gestão do prefeito Luciano Cartaxo?

Ruy Carneiro – Uma boa gestão. Luciano faz uma boa gestão. Inclusive, se você analisar por áreas, você vê isso de maneira mais clara. Na questão da infância, por exemplo, o volume de Creis que foram feitos; na questão de infraestrutura urbana, o volume de intervenções, de ruas calçadas, artérias abertas, ruas asfaltadas. Só agora há um volume de investimento acima de R$ 80 milhões; funcionário público também: nunca houve problema de concurso público, salários em dia. Você tem ai outra questão que é a iluminação pública, que ajuda muito na questão de segurança em todas as cidades, sobretudo numa Capital;. Iluminação em led sendo ampliada para grande parte da cidade, que será a grande arrancada para que, em breve, toda a cidade esteja com iluminação em led. Citei aqui algumas situações e poderia citar outras. A construção de três UPAs que atente não só João Pessoa, a Grande João Pessoa. Se você for ali na UPA de Cruz das Armas e Valentina, o volume de pessoas de  Santa Rita, Bayeux e Conde é impressionante. Agora, logicamente, uma Capital sempre tem muito o que se fazer. O Parque Solon de Lucena foi um tema que passou por muitos prefeitos sem ser resolvido, e foi nessa gestão; como também poderia citar a Bica. Então, sem medo de errar eu diria que Luciano tem uma administração aprovada.

Vamos falar um pouco do Brasil. Como é que o Sr está observando o Brasil de hoje, com o presidente Jair Bolsonaro?

Ruy Carneiro – Os fatos dos últimos dias, um tanto quanto tumultuado. Acho que o que tem ajudado o Governo Federal é o não envolvimento em nenhuma questão de corrupção. Isso foi um trauma do brasileiro. Isso tem ajudado o governo. Particularmente, acredito na boa fé do presidente; acho que o presidente quer acertar. Quando eu o vejo falando. Já tive a oportunidade de estar com ele e acredito na boa fé do presidente. Acho que a condução em algumas áreas, sobretudo na familiar, não está sendo bem feita e traz determinados problemas como trouxe recentemente ai essa questão do AI-5, que é um absurdo um tema desse ser tratado a essa altura do campeonato num País que tem gente morrendo agora por dificuldade de remédio e  de internação. Mas, eu digo sempre o seguinte: quando acaba a eleição, a população escolheu e vamos respeitar o que a população escolheu e tentar contribuir. Eu não tenho nenhuma aproximação política com o governo, mas busco contribuir com aquilo que é bom para o Brasil. Acho que esse deve ser o sentimento de todo parlamentar e de todos os brasileiros.

Na reforma da Previdência, como o Sr se posicionou e votou?

Ruy Carneiro – Me posicionei favorável. No meu entendimento, a reforma da Previdência era uma situação inevitável. Não é uma realidade do Brasil, mas do mundo. Acontece em todo mundo. Temos duas situações que complicam bastante. Seus antepassados em Serraria, por exemplo, tinham cinco, seis, sete, oito filhos. A nova geração tem um, dois três. Então, a base da pirâmide é quem sustenta os aposentados. Os aposentados estão aumentando e a base diminuindo. Isso é um problema grave. A nossa média de nascimento hoje é de 1.7 abaixo do 12.1 que seria ficar no zero a zero. Outro que é ótimo, mas em termos de Previdência é um problema é a questão do viver mais, a expectativa de vida. Cada vez mais com remédios, tecnologia, você hoje tem uma expectativa de vida muito maior. A gente não pode tratar a questão pública com hipocrisia nem tirando média. Existe uma realidade que tem que ser encarada pelos parlamentares, pelos gestores públicos.

Esta reforma aprovada é a que foi proposta por Jair Bolsonaro ou foi a reforma compreendida e alterada pelo Congresso Nacional?

Ruy Carneiro – Uma proposta construída por todos. E para isso existe o Congresso, que melhorou a proposta que veio do governo.

 

Wellington Farias

PB Agora

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