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Projeto de clonagem de cana anima produtores

O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em Recife, PE, desenvolve um projeto de clonagem de novas variedades de cana-de-açúcar.

O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em Recife, PE, desenvolve um projeto de clonagem de novas variedades de cana-de-açúcar, sadias, com alto teor de sacarose e que promete resultados em pouco tempo. Batizado de “Cana de Meristema para o Nordeste”, o projeto é mantido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O objetivo é aumentar a produtividade da região nordestina através da clonagem de mudas selecionadas de cana para renovação da lavoura. O projeto foi apresentado ontem (11) aos associados da Asplan (Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba), pela coordenadora do Cetene, Andréa Baltar, e entusiasmou os produtores.

A Asplan estuda a possibilidade de aderir ao projeto, com a implantação de uma estufa para o armazenamento de clones. “Uma variedade de cana, quando é lançada, pode passar anos até chegar às mãos do fornecedor e quando isso acontece, ela já está ultrapassada. Então, o projeto interessa à Asplan”, disse o diretor-tesoureiro da Asplan, Oscar Gouvêa.

A associação mantém uma Estação Experimental em Camaratuba, onde o projeto poderia ser implantado. Segundo Andrea Baltar, uma estufa com capacidade para 35 mil mudas já está disponível para o estado, caso a Asplan decida aderir ao projeto. Segundo ela, as mudas serão clonadas após um levantamento das variedades locais mais promissoras que, posteriormente, serão distribuídas aos associados da Asplan.

Também poderão ser clonadas variedades recém-lançadas que demoram a estar disponíveis aos pequenos produtores do país. “Se o produtor possui uma variedade de alto teor de sacarose e qualidade, ele poderá tê-lo em quantidade bem maior, visto que agora ele vai poder copiar este material genético”, disse a coordenadora.

“Se ele também preferir, também poderemos clonar variedades novas, recém-lançadas, já que temos uma parceria com a Ridesa, que nos oferece seus lançamentos”, completou Baltar, lembrando que este mês a Ridesa deverá lançar outras variedades que também estarão disponíveis aos produtores, sem que eles tenham que aguardar a prioridade de fornecimento.

O projeto do Cetene consiste numa tecnologia voltada para a cultura de tecidos vegetais, mais especificamente à reprodução de variedades por meio de meristema – parte do “olho” da planta formado por células mais jovens retiradas de uma “bandeira” da cana. Essa tecnologia garante que a muda esteja livre de doenças.

De acordo Andréa Baltar, a partir de uma bandeira é possível reproduzir até 15 mil mudas de cana. “Esse número chega a preencher quase um hectare. Se o procedimento de clonagem for realizado a partir de uma variedade promissora no estado, é possível oferecer ao produtor mudas de alto teor de sacarose e sadias, aumentando também a produtividade dos canaviais”.

Para o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalco), Edmundo Barbosa, o projeto de clonagem de novas variedades vai acelerar a renovação dos canaviais, permitir o aumento de produtividade, e ainda evitar perdas por conta do risco de pragas, como a broca e a ferrugem alaranjada.
 

 

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