O projeto de revitalização e reintegração do Centro Histórico ao conjunto urbanístico da Capital deu mais um importante passo na manhã desta sexta-feira (11).
A Praça da Independência, um dos principais patrimônios históricos e turísticos da cidade, foi devolvida à população completamente restaurada, com intervenções paisagísticas e urbanísticas. Respeitando as determinações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphaep), a intervenção qualificou o espaço para o uso da população, mantendo as características marcantes do contexto em que foi construído.
O projeto de revitalização incluiu a reforma das calçadas externas e internas e substituição do meio fio. A iluminação também foi reforçada, com a instalação de novos postes e a troca de todos os pontos de luz, 81 ao todo, utilizando lâmpadas de vapor metálico. Além disso, foi realizada a substituição de todos os 54 bancos e a manutenção do gradil.
Mas o grande destaque dos trabalhos foi a valorização dos elementos que compõem a identidade do espaço: seus jardins e monumento. Os monumentos do obelisco central e o busto de Otacílio de Albuquerque, erguidos em pedra granito, foram restaurados. O coreto, onde funciona uma floricultura, ganhou nova pintura, novas escadas e um elevador para o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.
O paisagismo, por sua vez, ganhou aspectos marcantes, as obras partiram de um rigoroso mapeamento dos 24 canteiros internos e externos, mais um levantamento de todo o seu plantel arbóreo. As espécies utilizadas na cobertura vegetal são um mosaico multicor em meio ao verde predominante: são exemplares arbóreos, herbáceos e arbustivos, contando com ixóras vermelhas e amarelas, helicônias, dianelas, dracenas, arcas de Noé, panamás vermelhos e assistácias.
Para quem circulava pela praça, a observação era um deleite. Dona Ivanir Brum, de 80 anos, saiu do Bairro dos Estados para conhecer o local. “Nossa, ficou a coisa mais linda. Nota mil. Gosto de caminhar por aqui e agora venho com mais prazer. Cabe agora a nós cuidar da praça e manter ela linda desse jeito”, afirmou, acompanhada da amiga Gláucia, de 62 anos.
Maria Barros, de 31 anos, é de Santa Rita, mas fez questão de parar para ver a movimentação. “Sempre que venho ao Centro passo por aqui e agora ela parece uma praça mesmo. Ficou muito bonita, diferente do que era antes. Achei lindos os detalhes nos canteiros. Dá vontade de ficar aqui apreciando por um bom tempo”, brincou.
Parceria – De acordo com o secretário de Planejamento, Zennedy Bezerra, parte da obra foi realizada através de Parceria Público-Privada (PPP). “A união de esforços entre poder público e a sociedade, por meio da contrapartida social, é um caminho para realização de iniciativas que visam a contribuir para o bem da população”, destacou.
Para garantir a preservação do local, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) vai garantir supervisão permanente no local. “Vamos ter equipes de manutenção específicas e também da Guarda Municipal, que vão estar atentos para evitar a depredação do patrimônio”, explicou o secretário municipal do Desenvolvimento Urbano, Hildevânio Macedo.
História – Inaugurada em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, a Praça foi projetada pelo arquiteto Hermenegildo di Lascio, que se inspirou no traçado geométrico típico francês.
Os ideais republicanos influenciaram o projeto arquitetônico e, por isso, cada elemento seu guarda um significado: os bancos, originalmente em número de cem (para cada ano do Centenário), o quadrante em referência às quatro regiões geográficas do País à época e o obelisco, escolhido para simbolizar a luta pela Independência. Já os caminhos que cruzam a praça em X, reverenciam a bandeira da Inglaterra, berço do pensamento libertário.
O tombamento foi realizado em 26 de agosto de 1980. A praça foi planejada durante o processo de modernização da cidade e simboliza, junto com a Avenida Epitácio Pessoa (de cujo início parte), a expansão urbana rumo à orla.
Secom-JP