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Juíza do Trabalho de JP diz que pandemia pode empurrar 8,9 milhões de menores ao trabalho infantil

“Globalmente, 8,9 milhões de crianças e adolescentes adicionais correm o risco de ser empurrados para o trabalho infantil até o final de 2022, como resultado da pandemia”. A afirmação é da juíza do trabalho Mirella Cahú, da 4ª Vara do Trabalho da Capital e uma das coordenadoras do Programa Trabalho Seguro da Paraíba, com base no relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado este ano,

A magistrada ministrou, na noite de quarta-feira (18), a palestra “O trabalho infantil no contexto da pandemia: a crise econômica, social e política” para professores da rede estadual de ensino. A apresentação integrou um dos módulos do curso de formação “O enfrentamento ao trabalho infantil pela política de educação”, que faz parte de um projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba. Mais de 60 educadores de diversos municípios participaram do momento, trocando experiências e tirando eventuais dúvidas com a juíza.

De acordo com a magistrada, o objetivo da palestra foi contextualizar a realidade do trabalho infantil pós-pandemia no país. Para isso, ela apresentou dados relacionados à temática, bem como utilizou trechos da música “Sementes”, do cantor Emicida, para relacionar com o trabalho infantil. “Discuti qual foi o impacto da pandemia no trabalho infantil, passando pela análise da crise econômica, social e política atual e como ela interfere nos números do trabalho infantil do país”, explicou.

A juíza Mirella Cahú mostrou dados do relatório “Trabalho infantil: estimativas globais de 2020, tendências e o caminho a seguir”, divulgado pela OIT e o Unicef em junho deste ano e que alerta que o progresso para acabar com o trabalho infantil estagnou pela primeira vez em 20 anos, revertendo a tendência de queda anterior que viu o trabalho infantil diminuir em 94 milhões entre 2000 e 2016.

Outro dado importante levado pela magistrada revela que o número de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em trabalhos perigosos – definido como trabalho que pode prejudicar sua saúde, segurança ou moral – chegou a 79 milhões, um aumento de 6,5 milhões de 2016 a 2020 em todo o mundo.

“Foi uma experiência incrível porque não sabia que teríamos professores de tantos municípios. Ao todo, tivemos uma hora de apresentação e uma hora de conversa, o que, para mim, foi importante para entender esse fenômeno naquelas comunidades que não tenho acesso a informações. Além disso, foi interessante porque trabalhamos a noção de quem regula a matéria do retorno às aulas, por exemplo, e quem decide no âmbito público e privado. Foi enriquecedor”, enfatizou a juíza Mirella Cahú.

Da Redação com Assessoria

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