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Ingleses tentaram vender ‘máquina de restaurar vidas’ a vereadores, na PB

Arquivos históricos da Câmara Municipal de João Pessoa mostram a tentativa de venda, por parte de ingleses, de uma máquina que prometia restaurar vidas de pessoas afogadas, no ano de 1825. A proposta teria sido feita para os vereadores da então Cidade da Parahyba. Os arquivos foram encontrados por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Mais de 200 documentos históricos da antiga Câmara Municipal, com cerca de 700 páginas, foram encontrados pelos pesquisadores nos arquivos da atual Câmara Municipal de João Pessoa.

Com dados sobre a vida cotidiana da população, no período entre os séculos XVIII até o inicio do século XX, os documentos estão sendo estudados pelo professor Ângelo Emílio Pessoa, do departamento de História da UFPB. Junto com um grupo de alunos, o docente está fazendo o processo de higienização, restauração, catalogação e transcrição do material.

Ao folhear os arquivos, a equipe identificou situações curiosas. Uma delas foi a correspondência de 1825, enviada da cidade de Londres, na Inglaterra. Na documentação, havia uma tentativa de vender para a Câmara Municipal uma máquina que prometia restaurar vidas de pessoas afogadas.

Em outro documento, foram verificados conflitos em relação à distribuição de água em João Pessoa, na época, Cidade da Parahyba. No material observado, há um registro que fala sobre uma cacimba de água que abastecia uma parte da cidade baixa. Esse reservatório teria sido apossado por um padre que, logo em seguida, passou a cobrar pelo abastecimento.

“Existe uma diversidade temática muito grande ligada ao dia a dia da cidade. Aparecem questões relacionadas às escolas de primeiras letras, saúde pública, transportes, estradas, condições de fornecimento de água e funcionamento do mercado” ressalta Ângelo Emílio.

Outro caso inusitado foi o de ladrões atuando na ponte de Gramame, na Zona Sul de João Pessoa, local de grande fluxo de veículos. “Essa ponte era fundamental, pois ligava a cidade ao Recife e por onde se transportavam muitas mercadorias. Então é de se supor que havia muitos roubos”, completa o historiador.

Todo o acervo foi enviado para a Fundação Casa de José Américo, no bairro do Cabo Branco. De acordo com o professor Ângelo Emílio, o local possui estrutura adequada para que a equipe possa realizar os estudos com mais cautela.

Até o momento, foi empreendida, do ponto de vista técnico, a higienização, que serve para tirar a poeira acumulada. Os trabalhos ainda contarão com restauração, catalogação e transcrição dos documentos.

“A ideia, após todo o procedimento de recuperação do material, é produzir documentário, livros, artigos científicos, material didático e oficinas pedagógicas”, adianta o pesquisador.

 

Redação com G1

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