Os indígenas venezuelanos da etnia warao, que ocupam um abrigo no Centro de João Pessoa, denunciam superlotação do espaço. Segundo eles, o prédio está com infiltrações, janelas caídas, sanitários e pias quebradas, e ficou sem energia por 7 dias. Além disso, o local está superlotado, abrigando mais pessoas do que capacidade que havia sido estipulada.
Os órgãos responsáveis não têm mais noção de quantos venezuelanos estão nestes locais.
Na segunda-feira (21), a ONG Associação dos Defensores da Cidadania (ADC), publicou um vídeo nas redes sociais, a pedido do Cacique do abrigo do Centro, Ramon Gómez Quinonez, denunciando a situação enfrentada pelos 46 warao que moram no abrigo do Centro.
Segundo Ramon, a princípio era um problema de água no local, que a Cagepa solucionou, mas precisava que a energia fosse desligada. O abrigo ficou sem energia por 7 dias, um lugar com crianças e idosos. O serviço foi retomado na sexta-feira (25).
O antropólogo Jamerson Lucena acompanha a situação dos warao desde 2020 e faz parte da ADC. Segundo ele, existem muitos abrigos irregulares e em situação bem precária. “A situação da moradia é preocupante, principalmente desses grupos warao que ainda estão numa situação de extrema vulnerabilidade social, e outras moradias em situação precária”.
A crise econômica e política na Venezuela provocou o deslocamento de indígenas e não indígenas venezuelanos pela fronteira em Roraima, entre eles indígenas do povo warao, que ao entrarem no Brasil e encontrarem a superlotação em Boa Vista, foram para outras regiões em busca de melhores condições de vida.
Em João Pessoa, atualmente, existem 12 casas para abrigar os warao. Uma medida emergencial para o cuidado com essas pessoas.
Redação com G1