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Fórum debate políticas públicas

O terceiro dia de atividades do 2º Fórum Acadêmico de Serviço Social começou com um importante debate da atualidade: “A crise econômica e a sua repercussão na vida dos catadores de materiais reciclados: alternativas e soluções”

 

O encontro reuniu representantes das cooperativas de catadores locais, acadêmicos e representantes nacionais de cooperativas de material reciclável, num debate que lotou o auditório do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba, na manhã desta quinta-feira (14).

A mesa do debate teve como mediadora Fátima Araújo, professora de Serviço Social e diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UEPB e foi formada por Maria José Nogueira, presidente da Cooperativa de Catadores Contramare; José Wanderley dos Santos, presidente da Cooperativa de Catadores Catamais; José Cardoso, representante regional do Movimento Nacional dos Catadores; Hermógenes Araújo, presidente do Núcleo Ambiental CICLO’S, e Bertrand Sampaio Alencar, professor universitário e membro da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza.

Ambos os presidentes das cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Campina Grande afirmaram que a crise econômica afetou seu trabalho e sustento, na medida em que eles passaram a receber muito menos pelo mesmo material recolhido. Eles também salientaram que esperam providências dos governos municipal e estadual para que estes implantem políticas públicas de coleta seletiva e material reciclável na cidade.

José Cardoso, que faz parte da cooperativa Pró-Recife e representa o Nordeste no Movimento Nacional dos Catadores, revelou que mesmo antes da mais recente crise financeira que abalou o Brasil e o mundo, os catadores já sofriam dificuldades. Porém, mostrou em números que a crise não poupa quase ninguém. Ela afetou desde o grande empresário ao catador de lixo, figura que tem seu importante papel na sociedade, porém, é agente invisível para a maioria. “A crise se reflete na cadeia produtiva. Por exemplo, antes de instalada a crise, vendíamos papelão a R$ 24 por tonelada. Hoje, as empresas e atravessadores nos oferecem apenas R$ 8,”, disse Cardoso.

Outro ponto importante trazido por Cardoso foi o Decreto N° 5940 de 2006 da Presidência da República, que determina que órgãos públicos federais, em todo o Brasil (217 órgãos, 10 mil prédios, 1.400 municípios), implementem a coleta seletiva e destinem os resíduos às organizações de catadores. Pelo depoimento dos catadores locais, Cardoso viu que tal decreto não está sendo realizado em Campina Grande, ao contrário do que acontece em Recife, onde atua. Lá, a quase totalidade dos órgãos públicos aderiu, facilitando o trabalho dos catadores e cooperativas. Ao finalizar, Cardoso disse que para que este decreto e outras tantas políticas públicas sejam implementadas, é necessário união entre os catadores e cooperativas.

Secom

 

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