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Comitê pede construção de nova unidade socioeducativa na PB

 Após duas rebeliões no centro socioeducativo Lar do Garoto, em Lagoa Seca, no Agreste da Paraíba, o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CPCT) recomendou a construção de uma nova unidade no estado. Segundo o relatório do órgão, elaborado após uma vistoria, a unidade seria para cumprimento de medida de semiliberdade, que seria aplicada dependendo das circunstâncias e da gravidade da infração do adolescente.

Na vistoria, o CPCT identificou superlotação, falta de higiene e de assistência psicossocial adequada no Lar do Garoto. Além de apontar os problemas encontrados, as entidades fazem uma série de recomendações a curto, médio e longo prazos dirigidas ao Estado da Paraíba, à Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente da Paraíba (Fundac), à direção da unidade, entre outros órgãos.

As rebeliões no Lar do Garoto aconteceram nos dias 3 e 7 de junho e resultaram em sete mortes e 10 fugas. As vítimas foram espancadas e seis delas queimadas ainda vivas. Segundo a Polícia Civil, a rebelião e mortes foram planejadas e coordenadas por quatro internos que já são maiores de 18 anos.

O CPCT é coordenado pela Defensoria Pública da União (DPU) e tem o Ministério Público Federal na Paraíba (MPF) como vice-coordenador. Também integram o comitê o Conselho Estadual de Direitos Humanos, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB.

Segundo o documento, o Lar do Garoto não apresenta as condições mínimas para o funcionamento de uma unidade socioeducativa. Na estrutura criada para atender 51 jovens, são abrigados 204 internos. A superlotação dificulta a execução de qualquer política de atendimento pedagógico, profissionalizante, de melhorias na higiene e de alimentação ou de ações de outra natureza no centro. Muitos dos jovens ultrapassam o tempo máximo de internação provisória.

De acordo com o relatório, os quartos dos internos parecem celas, sendo o espaço precário e insuficiente. No local, não há banheiros e os adolescentes urinam em garrafas pet. Segundo os internos, devido à falta de papel higiênico, os adolescentes utilizam a espuma de colchões. No momento da visita, um jovem com catapora dividia a cela com outros garotos saudáveis. A água fornecida aos internos, transportada em carros-pipa, é escura e com impurezas, disponibilizada em baldes que ficam em frente às celas.

Redação com G1

 

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