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Caso VLT: disputa entre Estado x PMCG ganha novo capítulo

“O prefeito disse que vai fazer, e se fizer eu vou aplaudir. Mas se não fizer, nós voltamos lá e fazemos”. A declaração é do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), na manhã desta sexta-feira (12), em entrevista à Band News FM, ao rejeitar a disputa política pequena sobre a ‘paternidade’ da obra para implantação de um VLT em Campina Grande.

Segundo o governador, como o prefeito Romero Rodrigues (PSD) se dispôs a realizar a obra, ele agora focará os esforços do Estado para outras obras, que também sejam importantes para Campina Grande. João explicou que, caso ao término do mandato de Romero, em dezembro de 2020, a obra não tiver sido realizada, ele refará o projeto e dará andamento à implantação, visto que o Estado já possui, atualmente, o projeto, os recursos e os técnicos necessários para tirar a obra do papel.

João lembrou que na época da campanha eleitoral, esteve em Campina Grande, e conversou com todos os segmentos da cidade sobre a importância do projeto. Após fazer uma análise técnica, ele viu que era possível implementar, o VLT, e colocou a proposta no plano de governo. Isso porque, notou que a antiga a linha férrea da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é uma empresa pública brasileira, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Foi criada e CBTU que corta toda a cidade, estava condições favoráveis para o projeto.

O governador ressaltou que ao assumir o mandato em janeiro deste ano, procurou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freita, e manifestou o desejo de implantar o projeto sem nenhum recurso do governo federal. A única exigência do socialista fez ao ministro foi que ele liberasse a faixa para a concretização do projeto.

“Quando se leva a disputa política para essa pequinês, isso efetivamente nos preocupa muito. Na época da campanha eu estive em Campina Grande e tivemos oportunidade de conversar com todos os segmentos, e essa demanda apareceu e numa análise rápida que fizemos, detectamos que a implantação do VLT era importante. Então colocamos isso dentro do nosso plano de governo, que era possível, porque fizemos uma análise técnica e conseguimos identificar que era possível, considerando que a faixa existente da antiga CBTU era uma faixa que cortava a cidade na área urbana, exatamente no meio. Existe a linha, precisa ser requalificada, isso temos conhecimento. Em janeiro desse ano, ao assumir o governo, fui ao ministro Tarcísio Freitas e disse que tinha o projeto e que não queria um único centavo do governo federal, a única coisa que eu quero é que o senhor libere a faixa para que a gente possa implantar o VLT. Nós temos o dinheiro, nós temos o projeto e nós temos os técnicos que querem realizar o trabalho e vamos fazer. O ministro disse que esse era o tipo de projeto que ele gostava, que ia para lá para não pedir nada. E disse que ia pedir a equipe jurídica que descubra a forma correta de repassar essa concessão para o Estado”, disse.

Esta semana, João voltou a se reunir em Brasília, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e obteve a garantia de que o governo federal iria transferir para o Estado, o controle da linha férrea. Na audiência, o chefe do Executivo estadual garantiu a assinatura de um termo que permitirá ao Governo do Estado iniciar o projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos em Campina Grande.

“Fomos informados semana passada de que já havia um encaminhamento. Fui a Brasília e o ministro disse que tinha encontrado a solução. Ele disse – venha aqui dia 17 assinar um termo entre Estado, Ministério da Infraestrutura e a concessionária, passando para vocês. Aí, veio a surpresa no outro dia: o prefeito (Romero) foi ao presidente, e pediu que o presidente ligasse para o ministro pedindo que esse documento que seria para o Estado fosse suspenso, para que a prefeitura fosse a contemplada”, revelou.

Conforme o governador, diante da disputa política e da picuinha, e diante da reivindicação da responsabilidade pela execução da obra, o Estado focará agora em outras grandes obras para a cidade, e aguardará a implantação do VLT pela prefeitura de Campina Grande. O governador deixou claro que não terá problema algum em aplaudir o trabalho da gestão municipal caso o projeto seja concluído.

“Eu jamais disputaria a execução de uma obra. O que me interessa é que a obra seja feita. Se o prefeito de Campina Grande trouxe pra si a responsabilidade de implementar essa obra, que implemente. O Estado vai ficar aguardando. Se o prefeito disser que tem o dinheiro para fazer como o Estado tem, que diga, anuncie e comece a fazer a obra. Não tem problema de disputa política comigo, jamais. Agora tem uma coisa, se ele não fizer até a data que ele deixar a prefeitura, o Estado vai lá, refaz o projeto e executa a obra, até porque nós temos compromisso com o povo de Campina Grande, que eu assumi durante a campanha. Eu disse que ia fazer se eleito e esse é meu compromisso. Eu não preciso de recurso federal para fazer esta obra. Os recursos já tem. É assim eu não vou fazer disputa política pequena nunca. Se o prefeito de Campina Grande tem condição de implantar que implante”, emendou.

A implantação do VLT anunciada pelo Estado visa, sobretudo, viabilizar, a locomoção dos novos moradores do Condomínio Aluísio Campos, que será inaugurado em outubro desse ano pela prefeitura da cidade e, como o transporte público não é suficiente, o instrumento daria mais comodidade ao cidadão daquela região para ir e vir com tranquilidade.

“Ele (Romero) vai inaugurar um conjunto com 4 mil e poucas casas lá e o povo não vai ter como sair de lá. Não tem como tirar aquela população de lá todo dia para ir trabalhar, para ir para escola, para ir para o lazer. Mas o prefeito disse que vai fazer, e se fizer eu vou aplaudir. Mas se não fizer, nós voltamos lá e fazemos”, finalizou.

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