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Altas temperaturas e vegetação seca favorecem surgimento de queimadas em matas paraibanas

Sol quente e vegetação seca. A falta de chuva e as temperaturas altas favorecem ainda mais o surgimento dos focos de queimadas nesta época do ano pelo país, principalmente em cidades do Nordeste. Historicamente, a seca na região causa preocupação para os produtores, por conta do aumento de focos de incêndios. A atuação do fenômeno El Niño prolonga ainda mais o período de estiagem, o que pode ser preocupante para os produtores. As chuvas devem seguir somente nas áreas costeiras da região.

Na Paraíba um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de caatinga na reserva do Parque Estadual de Santa Catarina, localizado entre os municípios de Carrapateira, Nazarezinho e Aguiar no Sertão paraibano. O incêndio no entorno do Parque durou 15 dias e os bombeiros tiveram dificuldade para conter as chamas.

De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros Militar, Saulo Laurentino, 270 hectares de área foram atingidos pelas chamas e existiu 32 focos de fogo acumulados. Mais de 100 bombeiros atuaram no local, e a suspeita é que o incêndio tenha sido provocado pela ação humana.

O fogo se espalhou rapidamente, e os bombeiros enfrentaram dificuldades para conter as chamas. De acordo com o comandante regional, Coronel Saulo Alves Laurentino, o incêndio foi causado pelas condições climáticas, junto com o relevo e tipo de vegetação da área.

O Parque Estadual Serra da Santa Catarina possui mais de 4.500 hectares de terra e apresenta uma biodiversidade de 614 espécies de fauna e flora. A serra está localizada entre as cidades de Aguiar, São José da Lagoa Tapada, Nazarezinho e Carrapateira, mas segundo o coronel do Corpo de Bombeiros, os incêndios se concentram apenas nas duas últimas cidades.


Saulo Laurentino, o incêndio foi causado pelas condições climáticas, junto com o relevo e tipo de vegetação da área, mas não descarta ação humana. O coronel afirma que os incêndios são comuns no entorno do parque porque é uma área povoada por comunidades rurais, que fazem uso do fogo para práticas agrícolas, como limpeza e preparação do solo, mas a ocorrência deste ano se destaca por causa da duração.

O Nordeste registrou a maior quantidade de queimadas em mais de uma década. A revelação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cujos dados mostraram que foram mais de dez mil incêndios do começo deste ano até o momento. Desde 2012 o número não era tão alto.

A quantidade de queimadas na região representa um número 32% maior que no mesmo período de 2022. O Maranhão é o estado mais crítico da região, com 4.427 registros, e quase metade destes focos foi apenas no mês de julho, que ainda nem terminou – acima do Maranhão no país está apenas o Mato Grosso.

O tempo seco contribui para o aumento das queimadas, assim como o desmatamento. Segundo o INPE, só no Maranhão a área desmatada neste ano passa de 1.000 km².

A situação também preocupa na Bahia, Ceará, Paraíba e Piauí. Todos os estados têm seus maiores índices em uma década. No Piauí, além do fogo em áreas rurais, os incêndios próximos a casas e apartamentos causam problemas de saúde para a população.

Severino Lopes
PB Agora

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