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Açude de Bodocongó completa 100 anos e RC promete entregar obras de urbanização

Ele está presente na memória do campinense, e faz parte da paisagem da cidade. Sob as águas do açude, a cantora paraibana Elba Ramalho garante que foi “feliz com o seu barquinho de um remo só”. A música de Jackson do Pandeiro, ficou imortalizada na vez de Elba.

Cantado em verso e em prosa, o açude de Bodocongó, completou 100 anos essa semana. O açude, construído como alternativa para socorrer Campina Grande nos momentos de crise hídrica, tem uma grande importância para a cidade.
O açude que serviu de fonte de inspiração para poetas e compositores, ainda está com um alto índice de poluição, o que tem gerado morte de peixes. Mesmo assim, a vida ainda sobrevive no açude.

Ao longo de um século de existência, açude teve grande importância para o desenvolvimento de Campina Grande, e deu origem a um dos maiores bairros da Rainha da Borborema.

O professor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) José Etham Lucena Barbosa, lembrou que em 1917, inicialmente o reservatório tinha a finalidade de abastecimento, mas a qualidade duvidosa de suas águas não levou isso a acontecer.
Ele mencionou que cem anos de existência é muito pouco para um ambiente aquático.
Etham ainda destacou que o Açude de Bodocongó, apesar de não ter função de abastecimento, cumpre com uma função importante para o microclima daquela região de Campina Grande.

O professor também disse que a falta de potabilidade e presença de protozoários, vírus e bactérias fazem com que o banho e o consumo da água não sejam indicados.

– Bodocongó ficou inicialmente como uma beleza cênica, mas ele tem um valor imprescindível para o microclima dessa região de Campina Grande. É uma estação de tratamento natural de tudo o que cai dentro dele. Cem anos é muito pouco para o desenvolvimento de um sistema aquático – afirmou.
Quando foi construído, o Açude de Bodocongó tinha capacidade para 1,8 milhão de metros cúbicos e hoje conta com apenas metade desse espaço de armazenamento.

O açude foi construído na confluência do rio Bodocongó com o rio caracóis, com objetivo de aumentar a disponibilidade de água para abastecer Campina Grande. Foi uma medida tomada pelo prefeito da época, Cristiano Lauritzenn como forma de combater a escassez de água na região, uma vez que o Açude Novo e o Açude Velho não conseguiam mais suprir a necessidade hídrica da população.

Sua construção teve inicio em 1915 e durou todo o ano de 1916, de intenso trabalho na remoção de pedras, com explosão de outras. Foi inaugurado em fevereiro de 1917. Todavia, os elevados níveis de salinização impossibilitaram o uso de suas águas para o consumo doméstico. Contudo, tornou-se fator decisivo para o surgimento de um novo bairro e do complexo industrial no seu entorno.

De acordo com o historiador Josemir Camilo, a obra também teve cunho político, e serviu para eleger um senador.

 

“Segundo Elpídio foi fundamental a eleição de Epitácio Pessoa, como senador em fins de 1912 e, em 1915, “o ano do flagelo”, o senador visitou Campina Grande. Cristiano Lauritzen falava em aproveitar a mão de obra dos ‘flagelados’, que chegavam à cidade. Até que veio o engenheiro Júlio Barcelos e se decidiu pelo “lugar chamado Ramada, na confluência do riacho Bodocongó com o Caracóis” (que passa perto da FAP e Redentorista). Diz mais o historiador: “Além de ficar muito mais perto da cidade, dispensando a canalização e a caixa d’água, iria o coroamento da barragem servir de leito à estrada em construção, ligando Campina Grande aos sertões”.contou o historiador.

Passados 100 anos, enquanto aguarda pela revitalização, o açude passa por um processo de urbanização. A obra está sendo orçada em R$ 35 milhões. O governador do Estado Ricardo Coutinho prometeu inaugurar as obras em março.

“Hoje é comemorado 100 anos do açude Bodocongó e, em breve, vamos inaugurar uma das maiores obras aqui na Rainha da Borborema, que é o Parque de Bodocongó. O espaço será uma opção de lazer e cultura para o povo de Campina Grande e turistas que passam pela cidade”, observou Ricardo Coutinho.

A obra compreende ainda projeto paisagístico, através do plantio de diversas mudas e gramíneas ao longo das áreas de intervenção; praça de esportes e cultura, em área localizada às margens do açude, que abrangerá a construção de diversos equipamentos, como restaurante, estacionamentos, quiosques de alimentação, quadras poliesportivas, anfiteatro, quadra de tênis, espelho d’água com fontes, pista de skate, área de patinação e banheiros públicos.

Toda a área terá quadras esportivas, quiosques para lanches, quatro quiosques sanitários; um playground, uma pista de skate, um anfiteatro, além de um restaurante e um quiosque para a administração do parque.

 

Severino Lopes

PB Agora

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