O presidente americano, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que o relacionamento entre os Estados Unidos e a China “vai moldar o século 21”.
A declaração foi feita na abertura do primeiro de dois dias de negociações políticas e econômicas entre os dois países, em Washington.
Obama ressaltou a necessidade de “colaboração sustentada e não confronto” entre China e Estados Unidos.
"A crise atual tornou claro que as decisões tomadas dentro de nossas fronteiras reverberam na economia global e isto vale não apenas para Nova York e Seattle, mas também para Xangai e Shenzhen", disse ele.
"Por isso devemos assumir o compromisso de uma coordenação bilateral forte."
Diálogo
As negociações ocorrem em um evento chamado Diálogo Estratégico e Econômico entre Estados Unidos e China, que conta com a presença do vice premiê chinês, Wang Qishan.
O evento deve discutir uma série de assuntos, entre eles a contenção do avanço de armas nucleares na Coreia do Norte e no Irã e a criação de fontes sustentáveis de energia.
Mas analistas acreditam que o foco das conversas deve ser a colaboração econômica.
Os Estados Unidos devem pressionar a China para que o país fortaleça o mercado interno para depender menos das exportações.
Fabricantes americanos dizem não poder competir em condições de igualdade com os produtos chineses. A China é acusada de desvalorizar deliberadamente sua moeda para baratear suas exportações.
Mas a China não deve ceder neste aspecto já que as vendas externas dos produtos chineses ainda não se recuperaram da crise financeira global, diz o correspondente da BBC em Xangai, diz Chris Hogg.
Já Pequim estaria preocupada com a desvalorização do dolar. O país possui mais de US$ 800 bilhões em bônus do Tesouro americano e a queda no valor da moeda dos Estados Unidos afeta a rentabilidade destes papéis.
Obama disse não ter ilusões "de que Estados Unidos e China vão concordar em todos os assuntos".
"Mas isto só torna o diálogo ainda mais importante."
BBC