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Radicais islâmicos atacam internato e matam 30 na Nigéria

 Entre mortos estão 29 estudantes e um professor. Alguns dos alunos foram queimados vivos, dizem sobreviventes

Militantes islâmicos atacaram um internato no nordeste da Nigéria antes do amanhecer neste sábado, matando 29 estudantes e um professor. Alguns dos alunos foram queimados vivos no mais recente ataque vinculado a um grupo terrorista radical, disseram sobreviventes.

Parentes gritaram em agonia enquanto tentavam identificar as vítimas carbonizadas ou atingidas por disparos.

O agricultor Malam Abdullahi encontrou os corpos de dois de seus filhos, um menino de 10 anos atingido nas costas aparentemente quando tentava fugir correndo, e outro de 12 atingido no peito. "É isso, estou tirando meus outros filhos da escola", disse enquanto chorava sobre os dois corpos.

Ele relatou ter três outras crianças pequenas em uma instituição escolar vizinha. "Não é seguro", disse. "Os atiradores estão atacando as escolas, e não nenhuma proteção para os estudantes apesar de todos os soldados."

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Sobreviventes no Hospital Geral Potiskum e seu necrotério disseram que os atiradores atacaram a Escola Secundária do Governo na vila de Mamudo, a 5 km da cidade de Potiskum às 3 horas locais (23 horas de sexta em Brasília). Acredita-se que os atiradores sejam da seita Boko Haram , cujo nome significa "Educação ocidental é sacrilégio".

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Eles mataram 29 estudantes e o professor de inglês Mohammed Musa, que foi atingido por um disparo no peito, segundo o professor Ibrahim Abdu. "Dormíamos quando ouvimos disparos. Quando acordei, alguém apontava uma arma para mim", disse Musa Hassan, 15 anos.

Ele levantou os braços em defesa, e foi atingido por um disparo que arrancou quatro dedos de sua mão direita, a que usa para escrever. Hassan relatou que os atiradores tinham galões de combustível que usaram para incendiar o quarteirão administrativo da escola e um de seus abrigos. "Eles queimaram as crianças vivas", disse, o horror arregalado em seus olhos.

Ele e as crianças no necrotério disseram que dezenas dos 1,2 mil estudantes da escola que fugiram para o mato ainda não foram vistos desde então. Alguns corpos estão tão carbonizados que não puderam ser identificados, então muitos parentes não sabem se seus filhos sobreviveram ou morreram.

Militantes islâmicos do Boko Haram e de grupos dissidentes mataram mais de 1,6 mil civis em ataques suicidas e outros tipos de atentados desde 2010, de acordo com uma contagem da Associated Press. Várias escolas foram incendiadas no ano passado no nordeste da Nigéria.

O presidente Goodluck Jonathan declarou estado de emergência em 14 de maio , e enviou milhares de soldados para frear a insurgência, reconhecendo que os militantes assumiram o controle de algumas cidades e vilas.

o Exército alegou sucesso em retomar o controle da área – os Estados de Adamawa, Borno e Yobe. Entretanto, a área cobre 155 mil km ou um sexto do país. Soldados dizem ter matado ou prendido centenas de combatentes.

Mas a repressão, incluindo ataques com jatos e helicópteros de combate contra os acompamentos dos militantes, parece ter levado os extremistas para montanhas rochosas com cavernas, das quais eles surgem para atacar escolas e mercados.

Os militantes têm cada vez mais tido civis, incluindo funcionários de saúde em campanhas de vacinação, professores e oficiais do governo, como alvo.

Produtores agrícola foram afastados de suas terras pelos extremistas ou pelos bloqueios militares nas estradas, aumentando a perspectiva de escassez de alimentos, um problema a mais para um população já prejudicada pelo corte feito pelo Exército ao serviço de celulares e ao uso de telefones por satélite.

*Com AP

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