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Presidente do Irã defende direitos de jornalista

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad afirmou que a jornalista iraniana-americana Roxana Saberi, condenada a oito anos de prisão por espionagem no Irã, tem que ter o direito legal de se defender.

Ahmadinejad afirmou que os direitos de Saberi e do blogueiro iraniano-canadense Hossein Derakhshan, detido em novembro passado, não podem ser violados de forma alguma.

O pedido veio em uma carta enviada de seu gabinete à promotoria de Teerã, informou a mídia estatal, um dia depois de Saberi ter sido condenada.

O governo americano expressou preocupação pela sentença ditada à jornalista em um julgamento secreto, de apenas um dia, em Teerã.

A intervenção de Ahmadinejad é bastante incomum, de acordo com o correspondente da BBC em Teerã.

O advogado de Saberi já declarou que vai apelar da decisão. A jornalista, que foi presa em janeiro, nega as acusações e planeja iniciar uma greve de fome, segundo seu pai.

"Por favor, tomem as medidas necessárias para garantir que o processo de examinar as acusações contra os indivíduos acima citados (Saberi e Derakhshan) seja justo e cuidadoso, observando a justiça e as regulamentações", disse Ahmadinejad na carta

"Por favor, observem pessoalmente o processo para garantir que os réus tenham acesso aos seus direitos legais e liberdade para se defenderem, e que seus direitos não sejam violados de forma alguma", teria dito o presidente, de acordo com a agência estatal de notícias iraniana Irna.

O presidente americano, Barack Obama, se disse "profundamente decepcionado" com a sentença imposta à jornalista, afirmou seu porta-voz no sábado.

O veredicto foi anunciado apesar dos pedidos do governo Obama pela libertação de Saberi e da abertura diplomática em relação ao Irã depois de três décadas de relações cortadas.

 

Controle linha dura?

A sentença levanta suspeitas de que o caso tenha sido assumido por alguns políticos de linha-dura dentro do governo iraniano, dispostos a sabotar qualquer reconciliação, disse o correspondente da BBC em Teerã, Jon Leyne.

Segundo ele, não está claro se o presidente sugere que o processo legal não foi seguido, ou se ele está simplesmente enfatizando a importância da Justiça nesses casos mais sensíveis.

Os senadores do Estado de North Dakota, de Saberi, descreveram a sentença como um erro chocante da Justiça, que danificaria a credibilidade internacional do Irã.

Roxana Saberi trabalhou como repórter para uma série de empresas jornalísticas, entre elas a BBC, a NPR (rádio pública americana) e a Fox News.

Originalmente, a jornalista foi acusada de comprar álcool (crime considerado mais leve) e mais tarde de trabalhar como jornalista sem a credencial adequada.

Em menos de duas semanas, no entanto, surgiram as acusações de espionagem e ela foi julgada pela Corte Revolucionária e condenada a oito anos de prisão.

Com nacionalidade iraniana e americana, Saberi passou seis anos no Irã estudando e escrevendo um livro.

 

BBC

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