O papa Francisco pediu nesta quinta-feira (24), em seu histórico discurso ante o Congresso dos Estados Unidos, uma vigilância global contra o fundamentalismo de todos os tipos, mas alertou para o "equilíbrio delicado" entre lutar contra extremistas e preservar as liberdades religiosas.
“Sabemos que nenhuma religião está imune a formas de delírio individuais ou extremismo ideológico. Isso significa que devemos ficar especialmente atentos a qualquer tipo de fundamentalismo, seja religioso ou de qualquer outro tipo”, afirmou o Papa ante os congressistas reunidos nas duas câmaras.
“Um delicado equilíbrio é necessário para combater a violência cometida em nome de uma religião, de uma ideologia ou de um sistema econômico, enquanto também devemos salvaguardar as liberdades religiosas, intelectuais e individuais”, afirmou ainda.
O papa Francisco recordou o líder dos direitos civis americano Martin Luther King, afirmando que seus sonhos inspiram a todos.
“A marcha com Martin Luther King de Selma a Montgomery há 50 anos foi parte da campanha para alcançar seus sonhos de direitos civis e políticos plenos para os afro-americanos. Esse sonho continua a inspirar a todos nós. Estou feliz de que a América continue a ser, para muito, a terra dos ‘sonhos’”, declarou.
Francisco destacou ainda a crise dos refugiados atual, sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, e o drama dos imigrantes no continente americano, que representam “grandes desafios e decisões difíceis”.
Para o papa argentino, é necessário não se deixar “intimidar pelos números” e adotar uma resposta que seja “justa e fraterna”, de forma a adotar a norma de “tratar os outros com a mesma paixão e compaixão com que queremos ser tratados”.
Jornal do Commercio
Foto: VINCENZO PINTO / AFP