O Papa Francisco conclui uma visita a Cuba nesta terça-feira (22) e se encaminha para os Estados Unidos, fazendo assim uma ligação entre os dois países adversários de longa data que iniciaram uma abertura nas relações bilaterais com mediação do pontífice. No Twitter, o Papa agredeceu ao povo cubano: “Obrigado a todos os cubanos! De coração, obrigado!” tuitou.
O Papa argentino, de 78 anos, celebrou nesta terça uma missa no santuário de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, o mais sagrado do país e também venerado por não católicos e praticantes de religiões afro-cubanas com diferentes graus de aproximação com o catolicismo.
“A alma do povo cubano (…) foi forjada entre dores, penúrias que não conseguiram apagar a fé, esta fé que permaneceu viva graças a tantas avós que seguiram tornando possível, no cotidiano do lar, a presença viva de Deus”, afirmou o papa em sua homilia no templo mais venerado da ilha, perto de Santiago de Cuba.
O pontífice argentino fez referência, mas sem uma menção explícita, ao período em que o ateísmo foi imposto na ilha após a revolução cubana de 1959, quando as autoridades comunistas tinham uma visão ruim dos fiéis, que eram alvos de discriminação.
“Avós, mães e tantos outros que com ternura e carinho deram sinais de visitação, de coragem, de fé para seus netos, em suas famílias. Deixaram aberta uma pequena fresta como um grão de mostarda, onde o Espírito Santo seguia acompanhando o palpitar deste povo”, completou Francisco.
No santuário, no povoado de El Cobre, Francisco rezou na segunda-feira (21) pela reconciliação entre todos os cubanos, tanto os que vivem no país como os espalhados pelo mundo.
Estima-se que 2 milhões de cubanos tenham deixado a ilha desde a Revolução Cuba na, em 1959, e cerca de 1,3 milhão vivam atualmente no exterior, a maioria nos Estados Unidos, onde muitos exilados continuam mantendo uma relação ressentida com a terra natal.
G1