A ex-presidente das Filipinas Corazón Aquino, que liderou a derrubada da ditadura de Ferdinando Marcos em 1986 e em seguida lutou para manter a democracia no país, morreu sexta-feira (31) – horário de Brasília – em um hospital de Manila, informou a família dela por meio de um comunicado.
A vida de Aquino, de 76 anos, corria sério perigo após a cirurgia à qual ela foi submetida em junho para a retirada de parte do cólon, afetado por um câncer. Segundo a família, ela morreu em consequência de um problema cardiorrespiratório.
Mulher do líder oposicionista Benigno Aquino, que foi assassinado no aeroporto de Manila ao tentar voltar ao país em 1983, ela esteve à frente da oposição nas eleições de 1986, mas foi derrotada por Marcos, que governava desde 1965, em eleições denunciadas como fraudulentas.
Ela então liderou a revolta pacífica do "poder popular" contra o governo repressivo de Marcos que, isolado e sem apoio norte-americano, foi forçado a deixar o país.
Aquino assumiu o governo e resistiu a sete tentativas de golpe de Estado, entregando o poder em 1992 ao seu sucessor, o general Fidel Ramos, chefe das Forças Armadas, que foi eleito com seu apoio.
O levante que ela liderou contra a ditadura de Marcos inspirou protestos não violentos em todo o mundo, incluindo os que marcaram o fim dos regimes comunistas no Leste Europeu, no fim da década de 90.
Folha Online