Começou neste sábado, em Teerã, o julgamento do segundo grupo de ativistas e manifestantes que participaram dos protestos após as eleições presidenciais de junho.
Entre os acusados de crimes como conspiração, coleta de informações e desordem, estão uma professora francesa e funcionários das embaixadas britânica e francesa em Teerã.
Na semana passada, mais de cem pessoas compareceram diante do tribunal por terem participado das manifestações após o pleito.
Repercussão
O governo francês diz que as acusações contra a professora francesa Clotilde Reiss, de 23 anos, são completamente infundadas. Ela foi presa no início de julho, quando se preparava para deixar o Irã, depois de passar cinco meses trabalhando em uma universidade.
Uma mulher iraniana que trabalha na embaixada francesa em Teerã também está sendo julgada, mas não foi identificada.
O Ministério do Exterior da Grã-Bretanha disse que o julgamento do funcionário de sua embaixada Hossein Rassam, de nacionalidade iraniana, é inaceitável e viola garantias dadas anteriormente por representantes do governo iraniano. Ele estaria sendo acusado de espionagem.
Confissão
Grupos de direitos humanos dizem que centenas de pessoas, incluindo políticos oposicionistas, jornalistas, ativistas e advogados foram presos no Irã desde as eleições.
O pleito manteve o presidente Mahmoud Ahmadinejad no poder, mas a oposição insiste que houve fraude.
No julgamento da semana passada, alguns dos acusados fizeram confissões públicas, dizendo que inventaram as reclamações em relação ao pleito para provocar confusão.
Mas o procurador-geral do Irã, Ghorban Ali Dori Najafabadi, disse que as confissões não serão a única coisa a ser levada em conta. Segundo ele, apesar de elas terem sido obtidas de forma legal, o sistema judicial iraniano também vai considerar as fichas dos suspeitos e as provas apresentadas ao tribunal.
BBC