Um total de 6,2 milhões de eleitores bolivianos estão convocados a comparecer às urnas neste domingo (12) para escolher seus novos governantes – um presidente e um vice, 130 deputados e 36 senadores. O presidente Evo Morales é amplamente favorito.
As urnas na Bolívia abrem às 8h e fecham às 16h locais. A votação será acompanhada por cerca de 200 observadores internacionais. Esta será a primeira vez que bolivianos poderão votar de 33 países – antes só moradores de EUA, Brasil, Argentina e Espanha votavam.
As pesquisas apontam que Morales se reelegerá com 59% dos votos. Pela primeira vez, pode vencer nas nove regiões do país. O presidente diz que espera superar os 64% dos votos que conseguiu em 2009. Se ele ganhar o direito de governar pelo terceiro mandato seguido, será o presidente que mais tempo terá governado o país.
Mas o governador opositor Rubén Costas desafiou o presidente a vencer em Santa cruz, a região mais rica e extensa e um bastião da oposição. Em 2008, Santa Cruz liderou uma rebelião pela autonomia de cinco regiões contra Morales, que denunciou na época que a ação era um plano para o tirar do poder e separar essa região do país.
Em segundo lugar nas pesquisas está o empresário do cimento Samuel Doria Medina, escolhido da aliança de centro-direita Unidad Demócrata. As pesquisas o colocam como 18% dos votos.
Santa Cruz representa 25% do eleitorado nacional e é uma região emblemática por sua força econômica e política. Nos últimos anos, o presidente fez alianças políticas com poderosas associações empresariais dessa região e financiou obras para mudar a cara da cidade – o que lhe deu amplo apoio.
No governo desde 2006, Morales foi favorecido por um extraordinário clima econômico, com bons preços das matérias-primas e substanciais incrementos nos investimentos que lhe permitiram empreender em grandes obras.
Retórica à parte, Morales administra a economia com critérios modernos "similares aos de muitos países considerados neoliberais", segundo disse em entrevista à Associated Press Eduardo Gamarra, professor da Universidade Internacional da Florida, nos Estados Unidos.