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Escolas técnicas francesas pagam por comparecimento de alunos

Para lutar contra a evasão escolar, alguns estabelecimentos técnicos de ensino na França decidiram "pagar" os alunos para assistir às aulas e oferecer até ingressos de futebol.

 

A partir desta segunda-feira, três escolas nos arredores de Paris oferecem prêmios de até 10 mil euros (cerca de R$ 26 mil) para a classe que menos faltar às aulas.

 

A iniciativa para estimular a assiduidade nessas escolas, tomada pelo secretário francês para a Juventude, Martin Hirsch, vem provocando grande polêmica no país e está sendo criticada por representantes de pais de alunos e até por membros do próprio governo.

 

A ministra do Ensino Superior, Valérie Pecresse, declarou no domingo que "a assiduidade é o primeiro dever de um aluno".

 

A ministra, que afirma não ter soluções imediatas para o problema de alunos que faltam às aulas, questiona se "é preciso pagar um adolescente para que ele faça sua obrigação".

 

O índice de alunos que faltam regularmente aos cursos é de 11%, em média, na França. Em escolas profissionalizantes, esse número pode ser ainda mais elevado e atingir até 80%, segundo Hirsch.

 

Sem diploma
De acordo com um recente relatório sobre Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), anualmente 150 mil jovens franceses saem do sistema educacional sem obter um diploma, o que corresponde a um entre cada cinco alunos.

 

O projeto piloto para estimular os alunos a frequentar as salas de aulas vai ser aplicado em três escolas técnicas da Academia de Créteil, nos arredores de Paris.

 

Cada classe vai dispor de um montante inicial de 2 mil euros (cerca de R$ 5,2 mil), que poderá aumentar até 10 mil euros se o objetivo em relação à assiduidade e à disciplina for cumprido pelos alunos.

 

"Não quero dar uma de Papai Noel", afirmou o secretário para a Juventude em relação ao projeto experimental. "Não é um prêmio individual. Estamos tentando coisas novas", afirmou Hirsch.

 

O dinheiro obtido pela classe será utilizado para financiar viagens linguísticas e outros projetos culturais dos alunos.

 

"Um problema de educação resolvido com dinheiro é algo catastrófico", diz a FCPE, a maior federação de pais de alunos da França em um comunicado.

 

Para a organização, o problema deveria ser resolvido com medidas relativas ao conteúdo do aprendizado, que deveria despertar o interesse dos alunos.

 

Já uma escola técnica em Marselha, no sul da França, a direção do estabelecimento decidiu oferecer mensalmente ingressos para os jogos de futebol do Olympique de Marselha aos alunos que não faltarem às aulas.

 

 

G1

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