A ocupação de um parque de Buenos Aires por centenas de sem-teto provocou violentos enfrentamentos –que resultaram em quatro mortes e dezenas de feridos– e gerou uma nova briga política entre o governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, e o prefeito da capital, Mauricio Macri.
A troca de acusações entre os governantes começou depois de ambos fracassarem na tentativa de cumprir uma ordem judicial para desocupar uma área pública de 130 hectares, no sul da cidade.
Grupo de sem-teto invadem parque em Buenos Aires; confrontos deixaram ao menos quatro mortos e levaram a embate político no país
A Polícia Federal, comandada por Cristina, e a Metropolitana, de Macri, não conseguiram desalojar as 200 famílias, muitas estrangeiras.
O paraguaio Bernardo Salgueiro, 24, e dois bolivianos, Rosmeri Cupeña, 28, e Juan Castañares Quispe, 38, que viviam na ocupação, morreram baleados. Não está claro se os tiros partiram da polícia ou de civis que se envolveram no conflito, ocorrido na quarta-feira. Uma quarta vítima, um jovem de 19 anos, morreu nesta sexta-feira.
Para evitar o desgaste político de um novo choque com os sem-teto, a presidente e o prefeito evitaram mandar policiais à área no dia seguinte.
Sem qualquer interferência da polícia, moradores de bairros próximos resolveram desocupar o parque por conta própria e promoveram uma nova batalha, com pedras, pedaços de ferro e armas de fogo. Um boliviano morreu baleado.
Macri disse que a Polícia Metropolitana não tem efetivo suficiente para atuar sozinha nesses casos e atribuiu o problema à "imigração descontrolada".
O chefe de gabinete da presidente, Aníbal Fernández, disse que as declarações do prefeito são xenofóbicas, e que as ocupações decorrem da falta de investimentos da prefeitura em habitação.
G1
