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Coreia do Norte ignora ONU e dispara 2 mísseis, diz agência

Após desafiar as críticas internacionais e realizar um teste nuclear, a Coreia do Norte parece ter ignorado a decisão do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por uma nova resolução contra o regime comunista e culpou os Estados Unidos pela tensão crescente na Ásia. Segundo a agência sul-coreana Yonhap, Pyongyang cumpriu a promessa e lançou mais de curto alcance nesta terça-feira.

Em um editorial no principal jornal oficial do país, "Rodong Sinmun", o governo afirma que os EUA são "guerrilheiros" e afirmou que eles querem atacar o país. O argumento utilizado nesta segunda-feira para justificar o segundo teste nuclear realizado desde 2006 era de melhorar a capacidade de defesa do país.

"A Coreia do Norte tem unidades mais poderosas que armas nucleares e uma capacidade militar invencível em seu alcance e profundidade", disse o "Rodong Sinmun".

O editorial diz ainda que um anuncio recente dos EUA sobre io envio de aviões militares ao Japão "é exemplo do cenário sinistro e perigoso que os EUA querem impor na região da Ásia e Pacífico para colocá-la sob seu controle militar".

Os EUA anunciaram no mês passado que enviariam cerca de doze aviões militares F-22, o mais novo e mais avançado das Forças Aéreas americanas, para Okinawa, no sul do Japão, e para a ilha de Guam, no Pacífico. Washington afirma que o reforço é para a segurança regional.

Provocação

O editorial da publicação diz ainda que a Coreia do Norte não espera nenhum tipo de mudança positiva sob a administração do presidente Barack Obama.

O regime ditatorial de Kim Jong-il disse nesta terça-feira que os EUA sob a administração Obama continuam sendo um país "hostil" e que o Exército e o povo coreano "estão preparados para a batalha".

Analistas apontam que o anúncio de Pyongyang de que realizou "com sucesso" um novo teste nuclear é um sinal de sua desilusão com uma nova abertura de diálogo e a possível queda de sanções com o governo do democrata americano.

Segundo analistas consultados pelo jornal "Los Angeles Times" nesta segunda-feira, o ditador norte-coreano, Kim Jong-il, pode realizar ainda mais testes nucleares como uma forma de provocar os EUA e trazer o país à mesa de negociações sobre as atuais sanções econômicas impostas a Pyongyang.

A agência de notícias russa Tass informou que um funcionário da Embaixada da Coreia do Norte em Moscou alertou que novos testes podem ocorrer caso "EUA e aliados mantenham a política de intimidação contra Coreia do Norte". Assim, o teste nuclear realizado na Coreia do Norte pode ser um recado para Washington de que Pyongyang merece tanta atenção diplomática quanto Iraque, Irã ou Afeganistão.

"No ano passado, muitas pessoas de Seul e Washington visitaram Pyongyang, dizendo a Kim e seu povo que, assim que Obama chegasse à Casa Branca, os EUA agiriam de maneira totalmente diferente com o regime", disse Lee Dong-bok, especialista do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos em Seul.

"Mas não está funcionando desta forma. Esta é a razão pela qual a Coreia do Norte está agindo de maneira tão errática", completou.

Mísseis

Um oficial da Coreia do Sul que não quis se identificar afirmou à agência de notícias sul-coreana Yonhap que a Coreia do Norte manteve nesta terça-feira a provocação e disparou dois mísseis de curto alcance um dia depois de ter realizado seu segundo teste nuclear e de ter supostamente lançado outros três mísseis.

A informação não foi confirmada oficialmente nem pelo governo de Seul nem pelo regime de Pyongyang. O oficial não informou onde ocorreram os disparos.

Mais cedo, uma outra fonte da defesa sul-coreana, ainda de acordo com a Yonhap, disse que a Coreia do Norte ordenou que navios deixassem a costa noroeste da península, o que indica que lançamentos poderiam ocorrer. As águas da costa nordeste já estavam bloqueadas.

Ignorado

Os mísseis foram vistos pela comunidade internacional como um recado firme da Coreia do Norte ao Conselho de Segurança, que, em reunião de emergência nesta segunda-feira, decidiu condenar o episódio e iniciar a elaboração de uma nova resolução contra Pyongyang.

Em comunicado, o Conselho de Segurança –cujos cinco países-membros com direito a veto são Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França– disse que iniciou "imediatamente" os trabalhos para elaborar uma nova resolução contra a Coreia do Norte porque o teste feito nesta segunda-feira foi uma "clara violação" da resolução número 1.718, aprovada em 2006, que proibia aquele país de "conduzir qualquer teste nuclear ou de míssil balístico".

Seguindo o tom dado pelo presidente Obama, para quem a Coreia do Norte "desafia" o Conselho de Segurança da ONU, a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, anunciou que começa, nesta terça-feira (26), a trabalhar para que a nova resolução seja "forte" e inclua "medidas fortes".

Folha

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