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Botafogo joga hoje pela Libertadores contra o time do Papa

 Primeiro, a passagem da fase pré-classificatória; agora – depois de 17 anos longe da Libertadores – o Botafogo começa uma nova e árdua caminhada na fase de grupos. E o próximo passo será dado às 20h desta terça-feira, no Maracanã, contra a catimba argentina de uma equipe que tem a força da devoção. O San Lorenzo é o time do Papa Francisco, que de forma involuntária virou garoto-propaganda e alavancou o número de sócios do clube. Nada que abale a fé alvinegra.

Após a nomeação do papa, no ano passado, o clube ganhou cerca de 10 mil novos sócios até o início de novembro de 2013. No mês de março, quando Francisco foi nomeado, foram 2.838 adesões.
– Muita gente é simpatizante do Papa, que é sócio do clube desde o dia 12 de março 2008. Além disso, estamos percorrendo a Argentina e captando novos associados. Ano passado, tínhamos cerca de 25 mil. Hoje, já são mais de 55 mil – disse o vice-presidente do San Lorenzo, ainda no fim do ano passado.
A ligação entre futebol e fé do clube argentino vem de berço. O San Lorenzo foi fundado em 1º de abril de 1908, no bairro de Almagro, na cidade de Buenos Aires, por um grupo de jovens incentivados pelo padre Lorenzo Massa.

Na onda papal, o patrocinador oficial lançou uniforme com uma auréola sobre o escudo do San Lorenzo, em alusão ao Papa. A torcida do San Lorenzo exibe bandeiras com o rosto de Francisco.
Pelo lado do Botafogo, Marcelo Mattos brinca:
– Não sei se vai gostar do resultado (risos).

E o técnico Eduardo Hungaro acredita na força maior da oração alvinegra:
– Figura que temos que respeitar, mas acho que ele vai brigar com muita gente nessa disputa de oração, a torcida do Botafogo é gigantesca.
MIMO CAMPEÃO

Em dezembro do ano passado, jogadores e dirigentes do San Lorenzo foram ao Vaticano entregar a Francisco uma réplica do troféu que receberam após o título do campeonato argentino. Desde 2007, o San Lorenzo não conseguia essa conquista, o que aconteceu justamente no primeiro ano em que Jorge Mario Bergoglio, ex-Cardeal de Buenos Aires assumiu o posto máximo da Igreja Católica. Esse foi o passaporte para a equipe entrar no Grupo 2 da Libertadores.
– Faz tempo que fizemos a promessa de vir e dar o troféu de presente em caso de título, e aqui estamos. Além disso, trouxemos uma camisa comemorativa que lançamos e as luvas do nosso goleiro – disse Marcelo Tonelli, vice presidente do clube argentino, na ocasião.
PAPA NA ARQUIBANCADA

Na torcida do San Lorenzo, é comum ver bandeira com o rosto de Francisco, que virou símbolo do clube. As homenagens começaram no ano passado, depois de o religioso ter sido escolhido para ocupar o cargo mais alto da Igreja Católica.
Em 2008, ele rezou a missa do centenário do clube e de presente ganhou uma carteirinha de sócio. Em março, depois da escolha do novo papa, o clube argentino emitiu um comunicado para saudar formalmente o novo comandante da Igreja Católica: "O San Lorenzo de Almagro felicita o seu simpatizante e sócio Jorge Bergoglio, designado esta tarde como novo Papa. Sua figura simples e humilde, seu afeto pelo clube e sua proximidade ao povo argentino orgulha a nossa instituição".

FÉ ALVINEGRA
Marcelo Mattos acredita que Papa Francisco pode dar um toque divino no jogo desta terça-feira à noite, mas o jogador do Botafogo teme que o religioso não goste do resultado.

– O Papa com certeza vai abençoar o jogo. Não sei se vai gostar do resultado (risos). Se ele abençoar o jogo já está ótimo. Assim não vai acontecer nada de ruim com os jogadores em campo, isso é o principal – afirmou o jogador alvinegro.
O técnico Eduardo Hungaro também comentou sobre o duelo:

– O Papa é filho de Deus, como todos nós. Figura que temos que respeitar, mas acho que ele vai brigar com muita gente nessa disputa de oração, a torcida do Botafogo é gigantesca. Ele pede de lá, nós pedimos de cá. A torcida do San Lorenzo, até pela densidade demográfica da Argentina, não pode ser maior do que a do Botafogo. Nós saímos na frente.

RECORDAÇÃO PAPAL
Em uma carta de agradecimento enviada ao clube pelas manifestações de carinho, o Papa revelou um pouco mais do seu lado torcedor.
– Segui, aos 10 anos, a gloriosa campanha de 46! Aquele gol de Pontoni! – escreveu Francisco, em documento enviado ao clube no ano passado.
O time que conquistou o campeonato argentino de 1946 é considerado uma máquina e um dos mais louváveis da história do clube argentino.

Globoesporte

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