Legistas argentinos identificaram os restos mortais de 120 pessoas desaparecidas durante a ditadura militar no país, dentro de uma campanha latino-americana de coleta de mostras genéticas, confirmaram hoje seus porta-vozes à agência EFE.
Os restos mortais foram identificados pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) a partir do lançamento, em 2007, da Iniciativa Latino-Americana para a Identificação de Pessoas Desaparecidas, com o apoio de organizações de Guatemala e Peru, além do Governo argentino.
Os restos mortais foram encontrados em diferentes valas comuns e cemitérios do país, segundo membros do grupo legista, uma organização que trabalhou na identificação de pessoas assassinadas durante ditaduras ou em fatos de violência política em mais de 30 países.
Alguns dos restos identificados até agora correspondem a uruguaios desaparecidos durante os chamados "anos de chumbo" da ditadura argentina (1976-1983), afirmaram as fontes, sem especificar a quantidade.
Os porta-vozes informaram, além disso, que em agosto serão enviados aos Estados Unidos 800 mostras de sangue de familiares de desaparecidos durante a ditadura argentina para que sejam analisadas no laboratório Bode Technology, no estado americano da Virgínia.
A equipe legista já enviou 6 mil mostras de sangue de familiares de desaparecidos e de mais de 600 ossadas ao laboratório americano, um dos que realizou trabalhos ligados ao atentado contra as Torres Gêmeas de 11 de setembro de 2001, para analisar dados genéticos que permitissem identificar sua identidade.
A iniciativa para a coleta de mostras de sangue também foi lançada em Espanha, Chile, Brasil e Uruguai. A campanha começou depois que o Congresso dos EUA outorgou ao grupo legista argentino um orçamento de US$ 1,4 milhão.
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