O aeroporto de Palma de Mallorca, capital da ilha de Mallorca, foi fechado ao tráfego aéreo depois que dois agentes da Guarda Civil espanhola morreram nesta quinta-feira em um atentado no município de Calvía.
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A Aena, o organismo que administra os aeroportos espanhóis, informou que o último voo foi operado às 16h10 (11h10 em Brasília) –um avião da Ryanair com destino a Londres.
O porto de Palma de Mallorca foi fechado às 15h (10h de Brasília), uma hora depois do atentado, segundo a Autoridade Portuária das ilhas Baleares em Palma de Mallorca.
O tráfego marítimo e terrestre está proibido no terminal da cidade, à qual só podem chegar pessoal com credenciamento e pedestres que passarem pelos controles de segurança instalados pela Guarda Civil.
O outro porto principal da ilha, no município de Alcúdia, e que centraliza as conexões marítimas entre Mallorca e Menorca, permanece aberto, por enquanto, mas as medidas de segurança foram intensificadas.
O aeroporto de Mallorca é o terceiro maior da Espanha, só atrás dos de Barajas, em Madri, e El Prat, em Barcelona, tanto em número de operações quanto de passageiros.
Atentado
A explosão ocorreu pouco antes das 14h (9h em Brasília) nas proximidades de um quartel da Guarda Civil no município de Calvía, e causou ferimentos a várias pessoas.
Os dois guardas civis que morreram estavam dentro do carro, segundo o representante do governo na ilha, Ramón Socías, que afirmou ao jornal espanhol "El País".
As autoridades culparam os separatistas bascos do ETA pelo ataque, o segundo realizado na Espanha em 24 horas. Nesta quarta-feira, 60 pessoas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba que realizado contra um prédio da Guarda Civil de Burgos, na Espanha. Grande parte das vítimas ficou ferida por estilhaços de vidro.
Socías qualificou o ETA de um "bando de loucos assassinos". "Eles estão ficando ainda mais desesperados e mais perigosos", afirmou.
O ataque também ocorreu um dia antes de o grupo, responsável por mais de 800 mortes, comemorar seu 50º aniversário de fundação.
A data será celebrada pela minoria nacionalista que compartilha com o ETA o objetivo de que o País Basco seja independente do resto da Espanha.
Para o governo espanhol, o ataque de quarta-feira foi realizado pelo grupo, embora não tenha havido nenhum telefonema de alerta sobre o ataque –o que é uma característica do modus operandi dos separatistas.
Se for confirmado que os dois atentados foram realizados pelo grupo, haverá uma divergência com as afirmações do governo de que o ETA foi seriamente enfraquecido após grandes operações da polícia realizadas na Espanha e na França nos últimos meses.
As forças de segurança acreditam que os separatistas, após a prisão de líderes do grupo, estão tentando mostrar força e que continuam capazes de atingir o Estado espanhol, mantendo alta a moral entre os apoiadores de sua causa.
O último ataque fatal atribuído ao ETA ocorreu em junho, quando um carro explodiu, causando a morte do inspetor da Polícia Nacional Eduardo Puelles Garcia, chefe do Grupo de Vigilâncias Especiais da Brigada de Informação, que combate o terrorismo no país.
O governo socialista do primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero interrompeu as negociações de paz com o grupo depois que rebeldes mataram duas pessoas em uma explosão de um carro-bomba no aeroporto de Madri em dezembro de 2006.
UE
A Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE) condenou o atentado terrorista cometido contra o quartel da Guarda Civil em Palmanova, e transmitiu às instituições e cidadãos espanhóis sua "solidariedade total".
Em comunicado, o Executivo da UE expressou também "seus mais sentidos pêsames" às famílias e pessoas próximas das vítimas e "aos corpos e forças de segurança do Estado espanhol".
"As instituições e os cidadãos espanhóis devem saber que contam com a solidariedade total da Comissão Europeia na luta contra o terrorismo", afirma a nota.
Folha