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Alemanha vai às urnas neste domingo

 A Alemanha faz neste domingo (23) a eleição geral que renovará o Bundestag, o Parlamento federal alemão. Cerca de 60 milhões de eleitores alemães maiores de 18 anos estão convocados para escolher os novos representantes, numa eleição que, ao final, define se a chanceler Angela Merkel continua no poder.

 

A votação decidirá a composição do Bundestag, ou seja, os deputados federais do país. A principal tarefa do Bundestag é escolher quem assumirá a chefia do governo alemão na próxima legislatura, elegendo – ou destituindo – o chanceler. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, Merkel, de 62 anos, tem tudo para permanecer no cargo, ganhando um quarto mandato.

 

A votação começa às 8h locais (3h da madrugada no horário de Brasília) e as urnas serão fechadas as 19h. Por tradição, as eleições federais na Alemanha são realizadas sempre num domingo de setembro.

 

Quais são os maiores partidos?

Os principais partidos alemães que se confrontam para conquistar a maioria no Parlamento são a União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita, liderada por Merkel; o Partido Social-democrata (SPD), liderado pelo ex-presidente do Parlamento Europe Martin Schulz; o Partido Liberal (FDP), liderado por Christian Lindner, que buscam voltar no Bundestag após perder todos os assentos nas eleições de 2013; o Partido Verde (Die Grünen), de Katrin Goring-Eckardt e Cem Ozdemir; a extrema-esquerda (Die Linke), de Katja Kipping e Bernd Riexinger; e o partido de extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD), de Alice Weider e Alexander Gauland.

 

Tradicionalmente, os maiores partidos indicam no início da campanha eleitoral qual será seu candidato para o cargo de chefe do governo alemão em caso de vitória eleitoral.

 

As últimas pesquisas de opinião mostraram uma clara vantagem da CDU, que se apresenta na tradicional coligação com o “partido-gêmeo” da União Social-Cristã da Bavária (CSU). O cristãos-democratas teriam, juntos, 36% dos votos, enquanto a segunda força política nacional, o SPD, teria apenas 23%. Os outros partidos estariam todos entre 8 e 10% das preferências.

 

Pela primeira vez desde a Segunda Guerra, a Alemanha pode ter representantes de um partido de direita nacionalista com uma plataforma anti-imigração em seu Parlamento.

 

As pesquisas de opinião sugerem que o partido Alternativa para a Alemanha (AfD na sigla em alemão) pode chegar em terceiro lugar, com até 12% dos votos e 50 cadeiras – de um total de 630.

 

Em uma eleição regional no ano passado, o AfD chegou a ser o segundo mais votado, empurrando o partido da chanceler Angela Merkel para o terceiro lugar.

 

O AfD foi fundado em 2013 como um partido contra os planos da União Europeia para resgatar a Grécia e salvar o euro, mas passou a destacar posições contrárias a entrada de imigrantes e à disseminação do islamismo no país em sua plataforma. Agora, tem deputados em 13 dos 16 Parlamentos estaduais da Alemanha.

 

Como funciona o sistema eleitoral alemão

O sistema eleitoral alemão é misto: é basicamente proporcional, com uma cláusula de barreira de 5%, mas também possui algumas partes do sistema majoritário, já Alemanha é dividida em 299 distritos eleitorais (um para cada 250 mil habitantes).

 

O chanceler é eleito pelo Bundestag, a câmara baixa cujos deputados são eleitos a cada 4 anos. Além do Bundestag, o segundo ramo do legislativo alemão é o Bundesrat, a câmara composta pelos representantes dos estados que compõem a república federal, chamados de Länder.

 

Metade dos deputados são eleitos em colégios uninominais e a outra metade na base de um sistema proporcional com cláusula de barreira.

 

O sistema eleitoral alemão garantiu governos estáveis por 68 anos: desde 1949 apenas duas vezes, em 1972 e 1982, a duração de quatro anos da legislação não foi respeitada e as eleições foram antecipadas.

 

Como se vota na Alemanha

Os cidadãos alemães dispõem de dois votos (e duas cédulas): no primeiro voto (Erststimme) é escolhido um candidato no colégio, no segundo (Zweitstimme) é escolhido um partido ou uma lista. Com o primeiro voto, o candidato que ganha mais votos que os outros é eleito. Com o segundo voto, o sistema proporcional determina a porcentagem de assentos que cada partido terá no Bundestag.

 

Os representantes eleitos por voto direto e compõem metade dos assentos do Parlamento alemão, os outros são eleitos na base de quantos votos obtiveram os partidos. Isso leva o Bundestag a poder mudar de número, tanto que se prevê que esse ano os deputados federais passarão de 630 para 660.

 

Na Alemanha o voto é facultativo. É permitido voltar para um partido e para um candidato de outro partido. Não é prevista a abstenção ou o voto branco. A ausência de uma cruz na cédula eleitoral é considerada como voto nulo.

 

Não há título eleitoral como no Brasil. Algumas semanas antes do dia da votação – que acontece em um domingo ou feriado –, os eleitores recebem pelo correio as instruções sobre seu local de votação. Diferentemente do Brasil, na Alemanha também se pode votar pelo correio. Esse direito é muito usado por quem mora no exterior, quem estará viajando na data da eleição ou mesmo por pessoas doentes.

 

Embora o voto não seja eletrônico, os resultados são contabilizados logo após o fechamento das urnas e costumam ser anunciados já nas horas seguintes. Segundo a lei, os deputados eleitos devem tomar posse até 30 dias depois da eleição.

 

 

Foto: France Presse
G1

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