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Al-Qaeda lança manual que explica a Jihad para principiantes

DUBAI, 12 Jul 2010 (AFP) -Como se fabricar uma bomba, o que deve ser levado numa mochila durante a Jihad (guerra santa) ou como se comunicar com mensagens cifradas são algumas das questões abordadas pela Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) em uma espécie de manual publicado on-line e em inglês.
Nesta revista digital de 67 páginas, "Inspire" – cujo primeiro volume foi lançado no domingo, segundo o SITE, o centro americano de vigilância de páginas islamitas -, os títulos dos artigos são bem explícito: "como fabricar uma bomba na cozinha de sua mãe" ou "com o que contar durante a Jihad".

De acordo com o SITE, a revista foi lançada pelo Al Fajr Media Centre, uma web destinada aos grupos extremistas.

Apesar de seu formato ao estilo "manual de escoteiro", a revista provoca calafrios.

Para começar, o texto "Como fabricar uma bomba" põe ênfase no fato de que um artefato criado "em um ou dois dias pode matar mais de dez pessoas" e o que leva um mês de trabalho "pode causar dezenas de mortos".

"Nós os serviços numa bandeja as técnicas militares, para evitar a dificuldade de chegar até nós", comenta o autor, "Chefe AQ", dirigindo-se "aos muçulmanos da América do Norte e da Europa".

Esta é a lista de "ingredientes" que todo jihadista que se preze deve ter a mão: açúcar, fósforos, tubos, pilhas e um relógio".

Depois, no capítulo "com o que contar durante a Jihad", é a vez de uma série de conselhos práticos.

"Quando a pessoa vai para a terra da Jihad, é importante estar em condições de falar com fluidez o idioma local", alerta o artigo.

O texto recomenda aos candidatos mudjahedines que recolham o máximo de informações sobre os costumes locais.

E é específico nos conselhos. "Durante a Jihad, é preciso sempre ter em mente viajar com bagagem leve", destaca a AQPA, que recomenda ao candidato se equipar com uma boa mochila, vários pares de sapatos apropriados e sabonete líquido de banho.

Na bagagem deve constar ainda os textos religiosos, mas o autor não é contra que sejam incluídos aparelhos de MP3 e computadores.

Alerta, ao contrário, do perigo de usar celulares com cartões.

Um terceiro artigo fala sobre a correspondência eletrônica e o uso de um programa informático denominado "Asrar al muyaidin" (Segredos dos Mujahedines).

"Os espiões concedem grande importância aos (…) correios eletrônicos", adverte a AQPA, que acrescenta que recorrer ao programa "Asrar al Muyaidín" não impede ao usuário de tomar todas as precauções.

"O inimigo criou uma cópia do programa e é preciso verificar sua autenticidade", segundo o texto.

O "Inspire" não é um simples manual. Ao longo de suas 67 páginas, o leitor também descobre um poema em homenagem a Omar Faruk Abdulmutalab, o jovem nigeriano acusado pelo atentado fracassado no voo Amsterdã-Detroit durante o Natal passado, e também antigas mensagens atribuídas a Osama Bin Laden e a Ayman Al Zawahiri, os números um e dois da rede Al-Qaeda.

Contém, além disso, uma entrevista do chefe da AQPA, Naser al Wahaishi, e um escrito atribuído ao imã radical iemenita nascido nos Estados Unidos Anwar al Awlaki.

Neste último texto, Awlaqi preconiza a execução de todos que denegrirem o profeta Maomé.

O artigo menciona a chargista Molly Norris, residente em Seattle (noroeste dos Estados Unidos), que propôs instaurar um "Dia ”Todo Mundo Desenha Maomé”" em 20 de maio, apesar de o Islã proibir a representação de seus profetas, julga blasfema.

"Molly Norris deve ser um dos principais alvos de assassinato", afirma o artigo.

 

Terra

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