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Ronaldo critica Ricardo Teixeira e diz que quer adeus com mais uma Copa

O atacante corintiano Ronaldo revelou nesta sexta-feira que sonha em se despedir do futebol disputando mais uma Copa do Mundo. Durante sabatina do jornal “Folha de S. Paulo”, num teatro da capital paulista e com a participação de 300 pessoas, o camisa 9 do Timão falou da vontade de estar com a seleção brasileira no Mundial da África do Sul em 2010. Porém, acha que ainda não está preparado para ser convocado pelo técnico Dunga. Aos 32 anos, ele precisa de mais tempo para estar à disposição do treinador.

– Ser convocado de novo para a seleção vai interferir na decisão de eu continuar ou não no futebol. Seria fantástico poder me despedir disputando mais uma Copa do Mundo. Mas isso não é uma pressão para o Dunga. Eu acredito que agora ainda não tenho condição de jogar pela seleção. Ainda estou procurando o meu melhor condicionamento no Corinthians, estou melhorando a cada dia. Tanto que quando aconteceram jogos quarta-feira e domingo, eu parei de evoluir. E é só com treino e jogando uma vez por semana que eu vou melhorar – disse o craque.

 

Se for à Copa de 2010 será o quinto Mundial do Fenômeno: em 1994, na campanha do tetra nos Estados Unidos, ele tinha apenas 17 anos; em 1998 foi vice na França; em 2002 foi o protagonista da conquista do penta na Ásia; e em 2006 participou do fracasso na Alemanha.

Logo depois de falar sobre a seleção Brasileira, o atacante criticou o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o acusando, inclusive, de ter “duplo caráter”.

 

– Até 2006, eu tinha ótimo relacionamento com ele. Depois, acabei sem saber o que fiz para que ele deixasse de gostar de mim. Nos encontramos algumas vezes e ele foi frio comigo. Eu não tenho a menor ideia e também não faço a menor questão de ter relacionamento com uma pessoa de duplo caráter. É muito fácil ele estar ali do lado quando ganha. Na hora que perde, é fácil você crucificar essa pessoa.

 

Acompanhe abaixo outros trechos da entrevista de Ronaldo:

 

Copa de 2006 na Alemanha

 

“Não tem uma razão para explicar o fracasso. Nosso time era ofensivo e equilibrado. Difícil falar o que deu errado. É claro que nós tivemos participação nisso. Desde o inicio, tudo foi muito confuso, foi um grande carnaval a preparação em Wekkis (Suíça) e os jogadores não têm culpa por isso. O atleta precisa de tranquilidade para desenvolver o seu melhor futebol e a gente não se sentiu protegido naquela época. Claramente, a gente não estava com a cabeça só na Copa do Mundo”.

Houve queixa com a CBF?

 

“Eu fiz isso e muitos jogadores também. Foi um conjunto de coisas que fez tudo dar errado. É bom a gente evidenciar os problemas que aconteceram para que nunca mais isso se repita.”

Peso na Copa do Mundo

 

“Em 2006, eu estava começando a minha segunda fase no Real Madrid. A primeira foi fantástica, de dois anos e meio. Já estava tendo muitos estiramentos musculares e, dois meses antes da Copa, sofri uma nova lesão que me deixou dois meses longe dos gramados. E isso prejudicou bastante. Por isso, cheguei acima do peso na Copa. Agora estou pesando 93kg. Na Copa de 2006, eu tinha 91kg”

Relaxamento no momento da glória

 

“O dinheiro nunca influenciou nada na minha vida. Sempre tive capacidade de separar. Em 2002, eu já tinha bastante dinheiro, assim como 2006, e fiz uma ótima Copa (na Ásia). O importante na minha cabeça é sempre traçar os desafios na cabeça. E a Copa de 2006 era um grande desafio.”

Cobrança por espetáculo

 

“As pessoas me cobram, mas se fosse fácil fazer jogadas bonitas toda hora. O futebol é mágico porque te permite improvisar na hora. Outro dia vi o jogo Barcelona x Chelsea e estavam criticando o Messi. As pessoas esperam coisas espetaculares em todas as jogadas e isso é impossível.”

 

Problemas na final da Copa de 1998

 

Em qualquer outro país, eu seria considerado um herói por ter coragem de jogar mesmo após uma convulsão"
“Depois do almoço eu tive uma convulsão de 30 a 40 segundos. Quando acordei, tinha umas dez pessoas no quarto e me perguntaram como eu estava. Disse que estava bem e que só queria dormir. Não lembrava de nada. No caminho para o lanche, conversava com o Leonardo e ele me disse que a final da Copa não era a coisa mais importante do mundo. Falei que ele estava maluco. Antes do lanche, me comunicaram o que havia acontecido e que eu estava fora do jogo. Aí falei que não poderiam fazer isso agora e imediatamente fomos para o hospital fazer o exame, que deu tudo OK. De lá segui direto para o estádio. Faltava uma hora para começar. Cheguei com os exames na mão e disse para o Zagallo ‘quero jogar!’. Ele disse ‘então você vai jogar!’."

 

"Em qualquer outro país, eu seria considerado um herói, porque tive coragem de jogar mesmo após ter sofrido uma convulsão. Joguei até razoavelmente bem, porque todas as oportunidades eu que criei. Mas fiquei rotulado como um amarelão, o grande vilão. Escutei dos próprios jogadores que aquilo foi determinante para a derrota. Isso é uma grande besteira, porque se tivesse algum risco, eu seria o primeiro a pular fora.”

 

"Todo ano faço check-up e nunca mais tive nada parecido. Já me falaram que foi por excesso de Voltaren, mas nunca foi comprovado. Eu tomava esse remédio por causa de uma tendinite no joelho. Lembro que fui raspar a cabeça antes de dormir e quando acordei já estava essa confusão. Nunca mais raspo a cabeça antes de dormir (risos)."

 

 

 

G1

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