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Hulk no time titular do Brasil contra EUA

 Basta pisar em Boston para ver alguma referência ao New England Patriots. Seja por uma camiseta, um boné ou uma foto de um dos jogadores do time espalhadas pela cidade. Nesta terça-feira, às 21h40 (de Brasília), o torcedor que for ao Estádio de Boston não vai ver a equipe liderada por Tom Brady, o quarterback mais famoso dos Estados Unidos no momento, mas vai ter a oportunidade de acompanhar os donos da casa diante de uma das seleções mais importantes do planeta, a do Brasil. 

 

E será um Brasil renovado, bem diferente daquele que venceu a Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos ou pentacampeonato em 2002. É um time liderado por Neymar, que pode mais uma vez ficar no banco de reservas. Pode-se dizer que o atacante está para a Seleção e para o torcedor canarinho como Tom Brady está para os fãs do futebol americano. É a referência de um time que carece de resultados positivos após a goleada por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo e a eliminação precoce na Copa América. Um é a referência técnica, o outro, a de comportamento.

 

New England Patriots e o Brasil. Duas equipes vencedoras. Enquanto o primeiro é quatro vezes campeão do Superbowl, o time canarinho é pentacampeão do mundo. Se Neymar é o capitão e astro da amarelinha, Tom Brady é o maestro de sua equipe. E será em sua “casa”, na Arena de Boston (com capacidade para mais de 68 mil torcedores), que a Seleção comandada por Dunga terá a última oportunidade de testar peças para o início das eliminatórias, em outubro. A estreia na classificação para a Copa de 2018 será contra o Chile, no dia 8, em Santiago. No dia 13, o rival será a Venezuela, em Fortaleza.

 

Dunga não definiu a equipe que vai entrar em campo. Neymar, que está suspenso pela Conmebol dos dois primeiros jogos das eliminatórias, pode ficar novamente fora. O atacante cumpriu duas partidas da Copa América e se viu obrigado pela Fifa a ficar fora dos jogos diante de Chile e Venezuela. A CBF recorreu ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) e aguarda o julgamento do recurso para diminuir em uma partida a pena, permitindo que o craque enfrente os venezuelanos.

 

O curioso é que Brady viveu situação parecida no início de 2015. Foi suspenso pela NFL por quatro partidas no caso que ficou conhecido como “Deflategate”. O problema teria acontecido na final da AFC, quando as bolas utilizadas durante o jogo em Boston teriam sido murchadas propositalmente. O quartaback foi acusado de saber da atitude e negar em depoimento. Porém, um juiz de Nova York atendeu o pedido de apelação e anulou a sentença, liberando o astro para atuar. É torcer para Neymar ter o mesmo resultado no TAS.

Neymar e Brady não são apenas as referências de suas equipes dentro e fora decampo. No quesito salário, os dois também reinam em seus clubes". Enquanto o atacante só fica atrás de Lionel Messi no Barcelona, com R$ 38 milhões anuais, o quarteback recebe no Patriots R$ 69 milhões por ano.

– Acompanho o futebol americano. Não entendo tanto, mas gosto de ver. Sei que nesse estádio joga o marido da Gisele (Bundchen, modelo brasileira). Ele é a fera pelo que eu sei. No futebol americano, ele deve ser considerado o Neymar deles – brincou o meia Lucas Lima, que deve novamente ser o titulara da Seleção.

Questões salariais à parte, se no quesito desempenho técnico Brady e Neymar comandam as ações no Patriots e no Brasil, respectivamente, o time canarinho ainda passou a ter uma fera conhecida e adorada nos Estados Unidos. Trata-se de Kaká. Desde janeiro no Orlando City, o jogador, de 33 anos, é uma das referências no futebol na Terra do Tio Sam. Os torcedores americanos dentre os cerca de 100 fãs que estiveram no hotel da Seleção no último domingo para acompanhar o retorno dos atletas da folga só queriam saber do ex-meia do São Paulo.

– Quem está hospedado no hotel? – perguntou um menino vestido com a camisa do Boston Celtics, time da liga americana de basquete (NBA).

Ao tomar conhecimento que era a seleção brasileira de futebol, a reação foi instantânea e a curiosidade também.

– O Kaká está aqui? Meu Deus! Vai sair agora do hotel?

E Dunga já sabe o que pretende do jogador do City.

Kaká é um jogador com grande experiência, que pode ajudar muito dentro e fora de campo. Quando falamos de um jogador com postura de atleta, de jogador, muitos podem pensar que não estamos olhando a questão técnica. Mas ele está num bom momento, tem uma mentalidade tranquila. Sabe que não pode ser mais o protagonista de 90 minutos, mas pode fazer a diferença, em 20, 30, 40 minutos – analisou Dunga na última sexta-feira.

Se o apoio não deve vir da arquibancada por conta do duelo diante dos donos da casa, os fãs pelo menos vão ter a admiração e a curiosidade de ver um bom desempenho de Neymar, Kaká & companhia assim como tem a certeza de ver lançamentos certeiros de seu ídolo nacional, Tom Brady.

ESTADOS UNIDOS X BRASIL

Local: Estádio de Boston, em Foxborough (EUA)

Horário: 21h40 (de Brasília)

Árbitro: Joel Aguilar (El Salvador)

Auxiliares: Willian Torres (El Salvador) e Douglas Bermudez (El Salvador)

ESTADOS UNIDOS

Guzan, Orozco, González, Brooks e Ream; Bedoya, Jones, Zardes e Yedlin; Wood e Altidore. Técnico: Jurgen Klinsmann

BRASIL

Marcelo Grohe, Danilo, Miranda, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Elias), Lucas Lima, Willian (Lucas) e Douglas Costa (Neymar); Hulk (Firmino). Técnico: Dunga

 


Globo Esporte

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