Já é regra na seleção. Quase todos os convocados para o último amistoso antes da divulgação da lista final da Copa disputam o torneio. A média de presença é de mais de 90% desde 1994. Nesta terça-feira, Luiz Felipe Scolari divulgará os nomes dos jogadores que atuam na Europa e, salvo imprevistos, viajarão para a África do Sul para o último teste antes da convocação do Mundial, que será no dia 7 de maio.
Se seguir a tendência das últimas edições, quase todos que estarão na lista de Felipão para o amistoso contra os africanos jogarão a Copa. O próprio técnico seguiu essa regra em 2002. Antes de definir os 23 convocados para o Mundial da Coreia do Sul e do Japão, Scolari teve o último teste contra Portugal, em abril. Somente três jogadores que foram para a Copa não estavam no amistoso, que terminou empatado em 1 a 1: Dida, Vampeta e Rivaldo, que se recuperava de lesão na época do jogo com os portugueses.
"Estou 70% satisfeito com o time que jogou e isso me deixa plenamente confiante para a Copa. A maior virtude da equipe foi mostrar a mim e a vocês que estamos no caminho correto", disse o técnico após o empate com os portugueses.
Juan e Djalminha foram as exceções em 2002. Estiveram na lista do teste final, mas não foram à Copa. O zagueiro era ainda uma promessa do Flamengo. Já o meia, que era destaque do La Coruña, perdeu a vaga dias antes da divulgação da lista, após dar uma cabeçada no técnico do seu clube, o espanhol Javier Irureta, durante um treinamento. A imagem exibida para todo o mundo levou Felipão a tirá-lo da lista. Kaká, que tinha sido testado em três amistosos, foi convocado.
Atual coordenador técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira também seguiu a tendência quando era treinador. Em 2006 e em 1994, 21 dos 23 convocados para Copa estavam no último amistoso antes da divulgação da lista.
Em 2006, Cafu e Gilberto faltaram ao amistoso contra a Rússia, em março, em Moscou, mas foram para o Mundial. O lateral-direito era o capitão do time e foi poupado do teste. Já Gilberto acabou sendo uma surpresa, porque não vinha mais sendo chamado por Parreira.
"Só quero lembrar que Gilberto era titular quando a seleção ganhou da Alemanha e da Argentina na Copa das Confederações do ano passado", disse o técnico à época ao ser questionado sobre a escolha.
Doze anos antes, Parreira cortou apenas dois jogadores que estiveram no último teste antes da lista da Copa de 1994. Sávio e Túlio foram chamados para os amistosos contra Islândia e Canadá. A dupla disputava vaga com Ronaldo, então com 17 anos. O "Fenômeno" desencantou contra os islandeses, fez golaço e ganhou o lugar na equipe. "Acima de tudo, Ronaldo mostrou personalidade", explicou Parreira.
UOL