Triângulo no quinto round salvou Anderson Silva da derrota para Chael Sonnen
Em Oakland (EUA)Os Estados Unidos seguem como o maior expoente do MMA mundial. Mas a vitória da seleção norte-americana sobre a brasileira por 3 a 2 ficou em segundo plano no último sábado à noite, em Oakland (EUA). Com uma das maiores reviravoltas na história da modalidade, Anderson Silva roubou a cena no UFC 117 e ganhou o status de lenda após manter o cinturão de maneira dramática contra Chael Sonnen.
Sonnen dominou amplamente o confronto e venceu os quatro primeiros rounds contra Anderson Silva
Brasileiro conseguiu golpe certeiro no último round, obrigou rival a parar o combate e manteve cinturão
Irreconhecível durante boa parte do combate, o “Aranha” passou por problemas que há muito não encontrava. Foi derrubado, imobilizado e espancado pelo rival durante quase cinco rounds. Mas quando parecia que estava acabado, ele chocou todos os presentes no Oracle Center e arrancou a vitória com uma submissão a menos de dois minutos do fim.
“É assim que nascem as lendas. São com vitórias deste tipo que os verdadeiros campeões entram para a história. Ele apanhou infinitamente e mesmo assim arrumou forças para conquistar a vitória mais sensacional da carreira”, elogiou o presidente do UFC e desafeto de Anderson Silva, Dana White, em entrevista ao UOL Esporte.
A maneira como o campeão dos médios mudou o comportamento da torcida em Oakland também evidenciou com clareza a importância do triunfo. Depois de gritar “USA” ao longo de toda o evento, os fãs presentes no ginásio foram ao delírio com a virada conquistada pelo brasileiro. De quebra, o público ainda viu o “Aranha” ganhar os prêmios de melhor luta e melhor finalização da noite.
“Só tenho a agradecer aos torcedores por isso tudo”, comentou Silva. “Lembrei de todos os professores que tive e de todos que me bateram muito para que pudesse chegar aqui e vencer desta forma. Era minha obrigação como faixa preta de jiu-jitsu tentar algo assim. Ainda bem que deu certo”, completou o campeão, lembrando do triângulo que derrotou Sonnen.
Anderson Silva não foi aquele que todos esperavam após a contestada vitória sobre Demian Maia no UFC 113. O paranaense não deu show e não conseguiu o nocaute rápido contra o azarão norte-americano. Contudo, o triunfo no fim garantiu até mesmo o respeito do desafiante, que não se cansou de atacar o brasileiro com provocações antes do duelo.
“Não existe essa de eu estar ganhando até o fim. O melhor sempre vence e foi isso o que aconteceu. Hoje o Anderson foi melhor e eu tenho que me contentar com a medalha de prata”, afirmou o consolado Chael Sonnen.
A outra vitória verde-amarela da noite aconteceu graças a Júnior “Cigano” dos Santos. O catarinense de 25 anos não conquistou seu sexto nocaute consecutivo, mas aplicou uma surra no resistente gordinho Roy Nelson ao longo de três rounds e ficou com o triunfo em decisão unânime dos juízes.
Desta maneira, a revelação do UFC se confirmou como o próximo desafiante do cinturão dos pesados. O rival de Cigano sairá do combate entre o atual campeão, Brock Lesnar, e o desafiante Cain Velázquez, que se enfrentarão daqui dois meses e meio. “Não tenho nenhuma preferência. Eu quero ser o campeão e sei que serei”, prometeu Cigano.
Porém, mesmo com os dois triunfos brasileiros, os anfitriões conseguiram levar a melhor no duelo entre países. A lenda Matt Hughes não deu chances para Ricardo “Cachorrão” Almeida e conquistou uma finalização logo no primeiro round. O brasileiro chegou a apagar após ser estrangulado pelo ex-campeão dos meio-médios.
Em seguida, foi a vez de Clay Guida anotar o segundo ponto dos Estados Unidos. Apesar de começar bem o combate, Rafael dos Anjos não aguentou um forte golpe do anfitrião e deixou a luta no terceiro round. Já Thiago Alves foi superado por Jon Fitch pela segunda vez na decisão dos juízes. Com isso, perdeu a chance de voltar a disputar o cinturão dos meio-médios.
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