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Após escândalo, brasileiros esperam blitz antidoping

Uma nuvem negra paira sobre a delegação brasileira de atletismo que disputará o Mundial de Berlim a partir do dia 15. Após o estouro do maior escândalo de doping da história do país, com sete casos revelados em apenas uma semana, a rotina dos atletas que já estão na Alemanha mudou.

"O clima ficou bem pesado. A segunda-feira [quando cinco integrantes tiveram revelados os exames de doping positivo para a substância EPO] foi o dia mais estranho da minha vida", disse o velocista Sandro Viana, que competirá nos 200 m e no revezamento 4 x 100 m.

Apesar de a confederação brasileira não se mostrar preocupada, os atletas dizem acreditar que o número de exames antidoping feitos pela Iaaf (entidade que gerencia o atletismo mundial) pode aumentar.

"Tradicionalmente, sempre são feitos muitos testes. Toda a equipe foi testada fora de competição. Até o momento, ainda não foi realizado nenhum teste na Alemanha. Mas 30 dos 42 atletas devem ser testados", disse Martinho Nobre, diretor da confederação brasileira.

Nesta semana, seis atletas retornaram da Alemanha após terem seus nomes envolvidos com o doping sistemático de EPO (eritropoietina): Bruno Lins (200 m e 4 x 100 m), Jorge Célio (200 m e 4 x 100 m), Josiane Tito (4 x 400 m), Luciana França (400 m com barreiras), Lucimara Silvestre (heptatlo) e Evelyn Santos (4 x 100 m).

A substância é utilizada para aumentar o número de glóbulos vermelhos e, consequentemente, a resistência dos atletas. Todos eram treinados por Jayme Netto Jr., da equipe Rede Atletismo, em Presidente Prudente, e alegaram não saber qual substância era injetada.

Na versão de Jayme, os atletas pensavam que as injeções eram de aminoácidos. O treinador e o assistente Inaldo Sena também afirmaram ter recebido orientação e a substância de Pedro Balikian, fisiologista da universidade Unesp.

Como reflexo, agora, os integrantes da delegação brasileira ficaram mais desconfiados. "O certo é um atleta desse nível verificar até se o copo de água dele veio lacrado. Sempre fizemos campanhas elucidativas nesse sentido", afirmou Roberto Gesta de Melo, presidente da confederação nacional.

A entidade abriu um inquérito para apurar o caso. O veredicto deve sair até setembro.
Os cinco atletas que não pediram a contraprova dos exames realizados no dia 15 de junho, em Presidente Prudente, foram suspensos por dois anos.

Já Evelyn e o sub-23 Rodrigo Bargas, que não tiveram testes positivos mas confessaram participação no esquema, estão afastados preventivamente enquanto aguardam julgamento.

Dos classificados para o Mundial, seis foram flagrados no antidoping. Lucimar Teodoro (400 m com barreiras), também da Rede, teve exame positivo para um estimulante durante o Troféu Brasil.
 

Folha

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