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Prejuízos de empresas aéreas com vulcão já superam os de 11/09

A nuvem de cinza vulcânica que cancelou diversos voos na Europa pode gerar um impacto na indústria aérea maior que os decorrentes dos ataques de 11 de Setembro nos Estados Unidos, afirmou o comissário de Transportes da União Europeia nesta segunda-feira.

O comissário Siim Kallas disse ainda que a UE não pode comprometer a segurança dos passageiros durante a crise.

"A estimativa da indústria é de que as consequências deste evento sem precedentes vão além do impacto do 11 de Setembro. As companhias aéreas não estão prontas hoje para enfrentar essas perdas", disse Kallas.

Iata revisa custo diário às companhias para US$ 250 milhões

A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) está revisando de US$ 200 milhões para US$ 250 milhões sua previsão de custo diário para as companhias aéreas em termos de receita perdida por causa da nuvem de cinza vulcânica na Islândia que está provocando o caos na Europa. O presidente da Iata, Giovanni Bisignani, criticou a forma como as autoridades europeias estão lidando com a situação.

Bisignani prevê que "em algumas semanas, essa será uma história muito embaraçosa", quando for feita uma análise da crise e de suas consequências. "Essa é uma situação embaraçosa para a Europa", disse ele, destacando que demorou cinco dias para que os governos organizassem uma conferência em nível ministerial para tratar do assunto.

Os ministros de Transportes da União Europeia deverão promover uma videoconferência ainda hoje sobre a nuvem de cinzas gerada pela erupção de um vulcão na Islândia. As companhias aéreas insistem que as restrições que até o momento levaram ao cancelamento de mais de 63 mil voos precisam ser reavaliadas depois que diversos voos de teste bem-sucedidos feitos durante o final de semana indicaram menor risco de danos às aeronaves do que o que se temia antes.

"É embaraçoso, porque eles tomaram a decisão sem fatos ou números, apenas usando um modelo matemático teórico, e isso não faz sentido", disse Bisignani. Ele afirmou também que os governos não tentaram avaliar a quantidade de cinzas vulcânicas corrosivas na nuvem. "Isso é inaceitável", disse ele. Bisignani pediu que os governos e as autoridades da aviação civil permitam que as aeronaves operem em corredores específicos e implementem procedimentos especiais de pouso e decolagem.

O executivo disse também que quando a nuvem desaparecer, pode levar de três a seis dias para que as empresas aéreas voltem a operar normalmente, o que significa que o setor terá enfrentado ao menos 10 dias de turbulência.

O ministro de Ecologia da França, Jean-Louis Borloo, enquanto isso, disse que a França quer abrir corredores de tráfego aéreo na Europa o mais rápido possível, de forma a permitir alguma movimentação. As autoridades francesas decidiram deixar o espaço aéreo aberto no sul do país, uma medida que está permitindo às companhias repatriarem viajantes que estavam bloqueados no estrangeiro.

Em erupções vulcânicas anteriores nos EUA, destacou Borloo, a Administração Federal de Aviação enviou diversos aviões para avaliar o risco e desviou os aviões comerciais da nuvem de cinzas. "Você não fecha toda a Europa sem fazer testes apropriados", disse ele. O ministro afirmou ainda que a decisão de fechar o espaço aéreo foi tomada por provedores de serviços de navegação sem consultar as companhias aéreas e sem uma avaliação de risco, coordenação ou liderança. As informações são da Dow Jones.

Estadão
 

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