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Ponto Frio está oficialmente à venda

O Ponto Frio, a segunda maior rede varejista de móveis e eletrodomésticos do País, está oficialmente à venda. A Globex Utilidades S.A., controladora da empresa, enviou no fim semana fato relevante à Comissão de valores Mobiliários (CVM). No comunicado, informa que "contratou uma instituição financeira para assessorá-la na negociação com potenciais interessados em adquirir o controle da companhia".

Não é de hoje que o Ponto Frio busca um comprador. A gota d?água para apressar o negócio teria sido, segundo fontes do mercado, o fraco desempenho da rede nos dois últimos meses. Em fevereiro, a queda nas vendas teria chegado a 15% ante o mesmo mês de 2008. Neste mês, o tombo teria sido de 30%. Está marcada para hoje a divulgação dos resultados do último trimestre de 2008.

Embora o fato relevante informe que até o fim de semana a empresa não tinha recebido "qualquer proposta firme e vinculante para aquisição do controle", há uma aposta no mercado de que o mais provável comprador seja as Lojas Americanas. Analistas dizem que outros potenciais interessados estariam hoje mais cautelosos. As fontes de financiamento para os fundos de investimento secaram e as varejistas mexicanas como Elektra e Copel avançaram muito pouco no mercado brasileiro.

Controlada pelos investidores Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira e Jorge Paulo Lemann, nos últimos três anos, as Lojas Americanas fizeram três grandes aquisições: o canal de vendas Shoptime, o portal de comércio eletrônico Submarino e a rede de locadoras de vídeo Blockbuster.

"Das empresas nacionais, as Lojas Americanas seriam o único grupo com apetite e estômago para digerir o Ponto Frio", afirma o consultor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial Eugênio Foganholo. Além disso, lembra, os três controladores têm tradição de comprar empresas quando o mercado está ruim e, consequentemente, o preço dos ativos depreciados, como ocorre atualmente. Isso aconteceu no passado, quando adquiriram a cervejaria Brahma, a ALL (América Latina Logística) e a própria Lojas Americanas.

GIGANTISMO

A aproximação entre o Ponto Frio e as Lojas Americanas já ocorreu em outras ocasiões. "Como grupos de origem carioca, eles sempre estiveram próximos, mas não conseguiram fechar negócio por questão de detalhes", diz uma fonte.

Analistas de mercado observam que os negócios dos dois grupos varejistas são complementares. A fusão entre Americanas.com e Submarino transformou a empresa na maior companhia de comércio eletrônico do País. O Ponto Frio, por sua vez, é o segundo maior varejista de móveis e eletroeletrônicos. Os itens vendidos em suas lojas têm pouca sobreposição com o mix comercializado nas lojas físicas das Americanas.

Se o negócio entre o Ponto Frio e as Lojas Americanas for fechado, nasce outra gigante do varejo, com mais de 900 lojas espalhadas por todo o território nacional e faturamento estimado em R$ 14,3 bilhões. Com esse porte, a nova rede ultrapassaria as Casas Bahia, líder no setor de móveis e eletroeletrônicos, que faturou no ano passado R$ 13,7 bilhões e fechou 2008 com 536 lojas. Também seria o quarto maior grupo varejista do País, superado apenas por Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart, segundo dados de receita de 2008 da Abras.

No ano passado, o faturamento bruto consolidado das Lojas Americanas que inclui, as lojas físicas com bandeira Lojas Americanas, a Americanas Express, Blockbuster e o portais Submarino e Americanas.com, foi de R$ 9,5 bilhões. O número de lojas físicas chegou a 468 em 2008. Até o terceiro trimestre do ano passado, a receita bruta do Ponto Frio, que inclui 445 lojas físicas e uma operação na internet, foi de R$ 3,1 bilhões. O mercado projeta faturamento de R$ 4,8 bilhões em 2008.

As Lojas Americanas informaram, por meio da assessoria, que até ontem não tinham conhecimento do negócio. Procurado pelo Estado, o Ponto Frio não se manifestou.

estadao.com.br

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