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Nível de calote cai, e bancos começam a reduzir custo do crédito

 Principal responsável pelo crescimento do país na última década, o crédito no Brasil começa a reverter o quadro de crise de 2016. Os bancos estão menos arredios para emprestar, e a demanda deve melhorar no próximo trimestre, segundo uma pesquisa do Banco Central (BC).

 

Apesar da crise de 2016, o quadro para o crédito não foi pior porque o brasileiro não deixou de pagar as contas como no passado. Ao contrário: com parte do 13º salário na conta e renegociando dívidas com os bancos, as famílias conseguiram diminuir a inadimplência em novembro. O nível de calote caiu de 4,2% para 4,1%. Por causa disso, os consumidores já começam a sentir um alívio no custo dos empréstimos.

 

A iniciativa de renegociar as dívidas foi um fator determinante, segundo o BC, para a queda do calote. Somente em novembro, as pessoas físicas renegociaram R$ 2,3 bilhões de empréstimos atrasados. O saldo desse tipo de dívida aumentou 0,1% e chegou a R$ 29,2 bilhões. A alta nos últimos 12 meses foi de 9,1%. Com isso, as famílias deixaram de pagar juros mais caros, como os do rotativo do cartão de crédito, cuja taxa média quebrou novo recorde, ao chegar a 482,1% ao ano.

 

‘ANO DE RECUPERAÇÃO ECONÔMICA’

 

Para recuperar a adimplência dos pagamentos dos clientes, os bancos públicos estão com campanhas de renegociação. No Banco do Brasil, por exemplo, a orientação dada aos gerentes é manter o cliente com os pagamentos em dia.

 

Com essa mobilização para a queda da inadimplência de empresas e famílias, as instituições financeiras diminuíram, pela primeira vez no ano, a parcela cobrada a mais do cliente, que inclui o lucro. A diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o custo cobrado dos correntistas (o chamado spread bancário) caiu de 42,2 para 41,6 pontos percentuais.

 

— Analistas importantes apontavam que haveria crescimento da inadimplência. Ocorreu o oposto. Tivemos um bom comportamento da inadimplência em 2016. Isso também contribui para o recuo do spread — explicou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

 

As perspectivas para 2017 são bem melhores que as de 2016. A previsão do BC é que o volume de crédito no país, que cresceu 6,7% em 2015, caia 3% neste ano. É resultado da profunda recessão econômica.

 

No entanto, já há uma pequena melhora. O valor de todos os financiamentos no Brasil voltou a crescer no mês passado: aumentou 0,3%, tendo atingido R$ 3,1 trilhões. A última alta foi registrada em maio. A pesquisa do BC feita com instituições financeiras mostra que as expectativas são melhores até para o crédito de consumo, que registrou forte retração este ano.

 

Ao todo, o BC espera que o crédito cresça 2% em 2017. Os bancos públicos devem puxar essa expansão com um aumento de 3% do seu estoque de empréstimos.

 

— Temos de ter em mente que entraremos em um ano de recuperação econômica — frisou Maciel.

 

O Globo

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