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Especialista explica motivo do saldo do positivo de empregos na PB, em contraponto ao Brasil

Ao analisar os efeitos da pandemia do novo coronavírus na geração de empregos em 2020 na Paraíba, o professor da UFPB e coordenador do Grupo de Estudos em Trabalho (GET), Paulo Monte destacou que ano passado foi marcado por uma atipicidade que foi a pandemia. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na contramão do Brasil, que terminou 2020 com 67 mil postos de trabalho a menos, a Paraíba fechou o ano de 2020 com saldo positivo na criação de empregos.

Segundo os dados da Caged divulgados esta semana, pelo Ministério do Trabalho, o saldo entre admissões e demissões foi de 5.152 novos postos de trabalho criados. Na soma dos 12 meses do ano passado, foram 125.564 demissões formais e 130.716 contratações com carteira assinada no estado. No Nordeste, a Paraíba foi terceiro estado que mais gerou empregos, atrás somente de Ceará e Alagoas.

O balanço positivo só foi possível após a divulgação dos dados referentes a dezembro de 2020, que também registrou um aumento do emprego no estado. No mês passado, na Paraíba, foram contabilizados 10.469 novos empregados formais, contra 9.124 demitidos: um saldo positivo de 1.345 postos de trabalho. Os setores que puxaram a criação de empregos formais na Paraíba no mês de dezembro de 2020 foram comércio, serviços e construção civil, com um saldo positivo de 793, 750 e 465 postos de trabalhos criados, respectivamente. No recorte dos dados por cidade, Campina Grande foi a grande responsável por ajudar positivamente, com um acumulado anual de 6.492 empregos criados em 2020. Por outro lado, a cidade que mais desempregou pessoas foi João Pessoa, com um saldo negativo de 3.530 empregos formais perdidos.

De acordo com o professor Paulo Monte, o ano de 2020 foi marcado por uma atipicidade que foi a pandemia do novo coronavírus. “Esse resultado é reflexo de duas variáveis importantes. A primeira é o benefício emergencial da proteção do emprego, com a suspensão de algo em torno de 10 milhões de contratos, então trabalhadores não foram demitidos, passaram por suspensão ou redução salarial. Isso evitou que o saldo fosse extremamente negativo. O outro se deve à precarização das leis trabalhistas, onde a gente observa um crescimento de mais de 30% dos empregos temporários”, analisou o professor.

Paulo Monte considera que por ser um ano atípico, ele deve ser considerado de difícil comparação, tendo em vista que não há nenhum outro com características semelhantes como parâmetro. “Para se ter uma ideia, até os períodos em que houve geração de emprego, assim como os períodos de fechamento de vagas, mudaram esse ano. É muito comum vermos fechamento de vagas de emprego em dezembro e em 2020 muitos estados não apresentaram, pelo contrário, foram saldos positivos”, avaliou Monte.

Redação

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