O dólar comercial fechou em queda nesta quarta-feira (23) e marcou nova mínima para o ano. A moeda norte-americana caiu a R$1,788, com desvalorização de 0,55%. O preço é o menor desde 12 de setembro de 2008, quando a moeda encerrou a R$ 1,781. Na mínima do pregão, a divisa chegou a ceder para R$ 1,783.
"Teve bastante entrada de dólares. A expectativa de mais ingressos com as captações e ofertas de ações previstas e o comunicado do Fed no meio da tarde também ajudaram", afirmou o economista-chefe da Corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.
Prova dos ingressos é que o déficit no fluxo cambial brasileiro caiu para US$ 978 milhões nos 18 primeiros dias de setembro, ante US$ 1,768 bilhão entre os dias 1º e 11 deste mês, segundo dados do Banco Central. O BC também informou a compra em setembro de US$ 2,274 bilhões em operações liquidadas até dia 18.
A manutenção das entradas de recursos é apontada como um dos fatores que têm ajudado na apreciação do real frente ao dólar.
Mas, a despeito dos ingressos no mercado local, o diretor-executivo e economista da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, não vê sustentação do câmbio abaixo de R$1,80, especialmente por conta da influência de bancos no mercado futuro. "Entendemos que o preço do dólar no mercado de câmbio brasileiro está dado entre R$ 1,80 até um pico de R$ 1,90, pouco provável de ser atingido", considerou em relatório.
Fed
A moeda seguiu o ritmo de queda após o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) comunicar decisão de manter entre 0 e 0,25% a taxa básica de juros da economia do país, decisão que já era esperada pelo mercado.
O Fed disse em comunicado que acompanha a decisão que a atividade econômica "melhorou depois de uma retração severa" desde a reunião do órgão em agosto. Apesar disso, o BC norte-americano prevê manter os juros em níveis "excepcionalmente baixos" por um "período extenso".
Na véspera, a moeda norte-americana já havia fechado no menor valor em um ano, ficando pela primeira vez no ano abaixo de R$ 1,80 no fechamento. O dólar caiu 1,10%, cotado a R$ 1,798 na venda.
"O mercado está em compasso de espera pelos IPOs, e isso também contribuiu", avaliou o diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo. "O mercado está muito ofertado", resumiu um operador de câmbio.
No mercado financeiro internacional, o principal índice de ações da Europa fechou em leve alta nesta quarta, com o avanço do setor bancário ao mesmo tempo que foram registradas perdas no segmento de energia. O índice FTSEurofirst 300, referência das principais ações europeias, subiu 0,1%, para 1.005 pontos.
Também nesta quarta, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) decidiu manter entre 0 e 0,25% a taxa básica de juros do país, decisão que já era esperada pelo mercado.
G1