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Descubra como evitar o consumismo excessivo por ansiedade que gera superdívidas

Cada vez mais vemos que as pessoas estão buscando alternativas sobre como evitar o consumismo excessivo, principalmente para parar de gastar dinheiro por pura ansiedade. Assim, os hábitos de consumo também estão sendo repensados e o bolso pode se beneficiar disso. De acordo com o estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), 35,6% da população paraibana está endividada. Para falar sobre esse tema foi ouvido a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa que explica como o consumismo afeta as pessoas e como funciona o círculo vicioso das compras.

Afinal, por que compramos por impulso mesmo quando isso ameaça nosso orçamento e frustra nossos planos? As respostas não são simples, mas você pode fazer sua parte para evitar o consumismo e reduzir os gastos desnecessários na sua vida. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, consumir é a maneira mais rápida e eficaz de “ter”, e, em uma sociedade com abundância de produtos e serviços, os verbos “ser” e “ter” viraram sinônimos absolutos.

“Consumir tem um efeito colateral inevitável: se, em um primeiro momento, a compra gera um estado de alegria e euforia momentânea, liberando parte de nossa ansiedade, como o tempo nós ‘viciamos’ nessa sensação abstrata de prazer e passamos a comprar mais e mais”, afirma a especialista. Ainda de acordo com ela, basicamente, o consumista tem essa sensação ilusória de que as compras podem levar a um estado permanente de satisfação — quando, na verdade, elas estão acabando com a sua vida financeira.

Para Ana Beatriz Barbosa esse processo ocorre em um ciclo:

• Gatilho: a pessoa é estimulada a comprar por uma promoção, anúncio, oferta, data comemorativa ou qualquer outro gatilho, geralmente em um momento de vulnerabilidade, tédio ou estresse
• Descontrole: em busca de alívio rápido, ela cede à tentação e compra compulsivamente
• Ressaca: pouco tempo após a compra, a pessoa percebe que gastou mais do que devia e sofre com a sensação de culpa, vergonha e arrependimento
• Recaída: a frustração leva a um novo episódio de compra compulsiva, alimentando um ciclo de consumo sem fim.

Dados – De acordo com o estudo elaborado Pnud e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), 35,6% da população paraibana está endividada. Esse índice é o quinto menor percentual do país. Além disso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), identificou que, assim como no restante do Brasil, na Paraíba, as principais dívidas contraídas são por cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa. Endividamento familiar No país, 69,7% das famílias estão endividadas, e 43,2% dos consumidores declararam que não conseguirão pagar as contas em atraso. Conforme o Mapa de Inadimplência no Brasil (Mapa), elaborado pelo Serasa,pelo menos 60 milhões de inadimplentes eram encontrados no país no ano passado. São mais de 211 milhões de dívidas contraídas, que totalizam um valor de R$ 249,6 bilhões. O Serasa registrou, ainda, que em 2021 o Amazonas, Mato Grosso, Acre e Rio de Janeiro eram os estados com a maior parcela da população endividada. E o Piauí apresenta o menor percentual.

Dicas da especialista para evitar superdívidas:

• Entenda o motivo por trás de cada compra

O primeiro passo para evitar o consumismo é avaliar se você está tomando decisões racionais na hora de fazer compras ou se está se deixando levar por sentimentos e emoções. É o que chamamos de inteligência emocional nas finanças, que é basicamente a capacidade de domar seus impulsos e comprar somente o que você precisa de fato, mantendo os gastos sempre dentro do orçamento. Quando estiver quase comprando algo, pense se você está fazendo isso porque realmente vai usar o produto (ou aproveitar o serviço) ou se apenas está tentando aliviar sua ansiedade, estresse e frustração.

• Controle seu orçamento

A falta de planejamento do orçamento prepara o terreno para o consumismo, pois impede que você tenha controle sobre os ganhos e gastos mensais. Por isso, é fundamental registrar suas receitas e despesas e acompanhar de perto a movimentação da sua conta corrente. Se você ainda não se organizou, use nossa planilha de gastos gratuita para colocar ordem na sua vida financeira. Assim, será mais fácil se manter dentro do planejado e evitar comprar por impulso. Para te ajudar, aqui você confere como fazer uma organização financeira pessoal para se manter focado e mudar hábitos.

• Foque nas suas metas financeiras

O pior problema do consumismo é que ele afasta você dos seus planos de vida e objetivos financeiros. Para realizar qualquer sonho que envolva dinheiro, você precisa manter o orçamento equilibrado, evitar dívidas e poupar todo mês — e claro que é impossível fazer isso gastando demais. Logo, você pode encontrar a motivação para combater seus impulsos consumistas fazendo um planejamento de metas de curto, médio e longo prazo, como trocar de carro, fazer um curso ou comprar um imóvel.

Da Redação

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