Os juros para os consumidores brasileiros chegaram a 40,4% ao ano em junho, no menor valor da série histórica registrada pelo BC (Banco Central), que se iniciou em 1994, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27).
Com a queda de juros, a inadimplência dos consumidores, os atrasos nos pagamentos superiores a 90 dias, ficaram em 6,6% em no mês, chegando ao menor valor desde outubro de 2005, quando o atraso nos pagamentos ficou em 6,47%.
Em maio, a inadimplência para pessoas físicas estava em 6,8%. Para as empresas, a inadimplência também teve queda em junho, passando de 3,7% em maio para 3,6% em junho.
O volume de crédito, ou seja, de dinheiro emprestado às famílias chegou a R$ 368,4 bilhões em junho, crescimento de 1,9% na comparação com maio. Já para as empresas, o volume cresceu 2,5% no mês, chegando a R$ 424,2 bilhões em junho.
Considerado os pedidos de empréstimo tanto para as famílias como às empresas, o volume registrado neste semestre bateu recorde de R$ 1,53 trilhão.
Apesar do resultado, o volume de concessões de empréstimos às famílias já mostram “acomodação”, o que já pode refletir o aumento na taxa básica de juros, a Selic, neste ano, segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC.
– O que estamos observando é uma certa acomodação no crescimento do volume de crédito para as famílias, que vem crescendo a taxas menores, e aumento no volume de crédito para pessoa jurídica [empresas] que vem crescendo a taxas expressivas por operações de grande porte. O crédito para as famílias, portanto, continua crescendo, mas a taxas inferiores às empresas.
De acordo com o BC, as seguidas elevações nas taxas de juros feitas pelo Copom- dois aumentos de 0,75 pontos percentuais e um de 0,5 este ano- podem estar levando a uma tendência de acomodação no crescimento do crédito para famílias “que ainda precisa ser observado nos próximos meses”, de acordo com Lopes. As famílias, de acordo com o BC, sofrem mais com a elevação dos juros.
R7.com