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Sobre os bons tempos da Antenor Navarro, com Vital Farias, Fidja Siqueira, Tom-K, Pedro Osmar e Paulo Ró.

Pausa para a arte!

Que tarde memorável, aquela de começo de 1973! Iria realizar um sonho de criança: aprender a ler música. Queria saber ler partitura, como muito bem fazia o meu irmão Watson, que fora trompetista da Banda de Música do 15RI e da PRI-4 Rádio Tabajara da Paraíba. Também iria estudar um tal violão clássico, por sugestão de um camarada chamado Antônio Airton, que conheci em férias lá para as bandas de Tambauzinho. Eu sabia lá que danado era violão clássico!

Pois bem: ávido por descobrir um novo mundo no campo da música cheguei logo cedo da tarde à Escola de Música Antenor Navarro, cuja sede era naquele histórico prédio do Solar do Conselheiro, na Rua Duque de Caxias, em João Pessoa.

À subida da escada do casarão, rumo ao pavimento superior, fui tomado de perplexidade por aquele som arrebatador de um violão tocado magistralmente. Era o grande menestrel, compositor, cantor e violonista Vital Farias, natural de Taperoá, e que seria meu professor de violão.

Vital, que integrou uma geração nordestina de cantores e compositores de grande valor, estava dando os últimos retoques numa peça que preparava para o repertório de seu show de despedida de João Pessoa, rumo ao Sul Maravilha, a se realizar no Teatro Santa Roza. A peça em questão era a famosa La Catedral, do compositor paraguaio Agustín Barrios.

Por um ano iniciei meus estudos de violão clássico sob a orientação de Vital Farias, com base no método A Escola de Tarrega, de Oswaldo Soares. A orientação sobre a parte teórica coube à professora Maria Alix. Eram meus colegas de turma Pedro Osmar, Paulo Ró, Antonio Carlos Coelho (hoje maestro Tom-K), entre outros. Por lá também circulavam João Gadelha, estudando clarineta (depois piano). Mais tarde também chegou João Linhares para estudar violão clássico e mudaria para o Cello.

Foram anos maravilhosos de Estudo na venha Escola de Música Antenor Navarro. No ano seguinte, depois que Vital partiu para o Sul Maravilha com um monte de ideias e belas composições na cabeça que se tornariam sucesso, continuei meus estudos de violão clássico com o grande mestre Fidja Nicolai de Siqueira, filho de Amaro Siqueira a maior referência do Violão Clássico no Nordeste.

Naquele tempo bom de Escola de Música praticamente vi nascer algumas belas canções da lavra de Vital Farias, como o maravilhoso samba-de-breque Sobressalto, feito em parceria com o compositor Livardo Alves. Livardo que, diga-se de passagem, foi meu parceiro numa dupla de repórteres policiais que apurava notícias no turno da noite, a Central de Polícia, Hospital de Pronto Socorro etc, nos memoráveis tempos da PRI4 Rádio Tabajara da Paraíba

 

Wellington Farias

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