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Site relembra a obra de John Hughes

Na última quinta-feira(6) o cinema mundial perdeu o diretor e roteirista John Hughes. Seu nome é imediatamente associado à comédia “Curtindo a vida adoidado” (“Ferris Bueller’s day off” no original), mas o filme não foi o único de Hughes a garantir espaço cativo nos corações de jovens do mundo inteiro nos anos 80.

Um ano antes de “Curtindo…”, Hughes deu aos adolescentes o clássico instantâneo “Clube dos cinco”, primo distante – e mais rebelde – dos filmes de colégio como “High school musical” e afins. Na história, cinco alunos da fictícia Shermer High School são obrigados pelo diretor a passar um sábado de castigo na biblioteca da escola.

O filme traz um Emilio Estevez em início de carreira, aos 22, como o esportista Andrew Clark, e a ruiva Molly Ringwald, espécie de namoradinha pop da América dos filmes colegiais da década e que mais tarde estrelaria “A garota de rosa-choque”, de 1986, outro dos sucessos (com roteiro) de Hughes.

O quinteto é completo pelos demais estereótipos de uma escola americana da época: o maconheiro John Bender (Judd Nelson), o nerdão Brian (Anthony Michael Hall) e a esquisitinha Allison (Ally Sheedy). De início eles não se bicam, mas, aos poucos, eles vão se entendendo e ajudando o espectador a entender o que cada um fez para chegar ali.

Língua dos jovens

 

Mesmo criados a partir de clichês, Hughes conseguia fazer com que os seus cinco desajustados falassem a “língua” dos jovens da época, em especial a dificuldade de diálogo com os pais.

Repleto de referências à cultura pop dos 80, o filme ainda ajudou a eternizar a canção “Don’t you (forget about me)”, do Simple Minds, que chegou a liderar as paradas naquele a no.

Também número 1, aliás, é a posição que “Clube dos cinco” ocupa no ranking dos melhores filmes de colégios elaborada pela revista “Entertainment Weekly” em 2006, à frente de títulos como “Rebelde sem causa”, de James Dean, quarto da lista, “Harry Potter e o cálice de fogo”, 36º lugar, e do próprio “Curtindo a vida adoidado”, que ficou na 10ª posição.

 

Talvez porque, ao longo de todo o filme, o protagonista de “Curtindo a vida adoidado” esteja exatamente… matando aula.

 

 

O dia de folga de Ferris Bueller

 

Na história, o adolescente Ferris Bueller (Matthew Broderick) finge estar doente para faltar à aula, enganado seus pais e o diretor do colégio. Com uma série de armações, ele resolve tirar o dia de folga e convoca seu melhor amigo, Cameron Frye (Alan Ruck) e sua namorada Sloane (Mia Sara). Para o passeio, ele convence o amigo a pegar escondida a linda Ferrari vermelha de seu pai, e eles seguem para o centro de Chicago.

Começam então as aventuras do trio, que passam por um restaurante tradicional, um estádio de baseball, um museu, as torres Sears e uma parada popular, em que Ferris faz uma multidão sacudir ao som de “Twist and shout”, dos Beatles.

Mas as loucuras de “Curtindo a vida adoidado” não são exatamente o motivo de essa comédia ter se mantido viva no imaginário coletivo. Hoje, 23 anos depois de seu lançamento, o filme estrelado por Matthew Broderick ainda se mantém atual como uma bela homenagem à malandragem, à liberdade, a energia da adolescência e (por que não?) à década de 80.

Cultuado por fãs de toda parte, “Curtindo a vida adoidado” ainda inspira eventos nostálgicos como a Ferris Bueller Parade, em que admiradores da comédia saem às ruas de Nova York para reproduzir cenas do longa-metragem. Em setembro de 2008, a performance reuniu cerca de 800 pessoas que cantaram e dançaram ao som de “Twist and shout”.

Outro exemplo de como “Curtindo a vida adoidado” ainda mobiliza muita gente por aí é a venda recordista de uma casa e um carro usados nas filmagens. A bela residência do personagem Cameron, com suas paredes de vidro, foi colocada à venda por US$ 2,3 milhões este ano em Chicago. Já a Ferrari 250 GT Califórnia 1961 que aparece no longa foi arrematada em 2008 pelo preço recorde de US$ 11 milhões, o valor mais alto já pago por um automóvel em todo o mundo.

Não esqueceram de mim

 

Por esses exemplos, John Hughes ficará para sempre associado ao cinema comercial dos anos 80. Mas o que nem todo mundo se lembra é que ele conseguiu ainda deixar uma marquinha, que seja, na década de 1990.

 

É também Hughes quem assina os roteiros da série “Esqueceram de mim”, que revelou o então pequeno notável Macaulay Culkin, em 1990, e deu início a uma nova geração de comédias infanto-juvenis que marcariam os anos seguintes. As aventuras caninas de “Beethoven” 1 e 2 e até a adaptação para as telas de “Dênis, o Pimentinha” – tudo saído da pena de John Hughes.

 

G1

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