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Shows da última noite do Rock in Rio

 O Rock in Rio fechou sua sétima edição, neste domingo (25), com uma festa anos 90. Red Hot Chili Peppers, Offspring e Sepultura mostraram a força do rock da década retrasada.

 

Foi também uma noite de repetecos. Em sua quinta vez no festival, o Capital Inicial mais uma vez tocou seus sucessos e abriu espaço para protestos políticos.

 

 

Já o Thirty Seconds to Mars tocou como se estivesse em 2013. O cantor (e ator) Jared Leto andou de tirolesa (de novo), tomou açaí (de novo) e repetiu outros estripulias do show anterior no festival.

 

Em uma edição que não teve dia do metal, o Palco Sunset teve seu dia de mais peso. Além do Sepultura com Família Lima, as outras atrações foram Ego Kill Talent, Doctor Phoebes com Supla e Republica – nesta ordem de horário (e de qualidade).

 

O Rock in Rio que começou com a reviravolta do cancelamento de Lady Gaga no primeiro dia terminou do jeito mais previsível e seguro com o Red Hot Chili Peppers no último. Não teve erro: foi Anthony Kiedis abraçadinho ao microfone de olho fechado ganhando fácil o público com funk rock e baladas. Foi um show curto para um headliner – ao menos comparado ao do Guns uma noite antes. O Red Hot tocou 16 músicas em pouco mais de 1h30. A banda está na turnê do disco “The Getaway”, que geralmente ocupa quase um terço do setlist. Foram legais no Rock In Rio e incluiriam só três músicas novas.

 

O show do Thirty Seconds to Mars pareceu um déjà vu de 2013. Várias das estripulias feitas pela banda há quatro anos no festival apareceram de novo, em uma apresentação cheia de excessos e clichês. Desta vez, o salto de tirolesa do vocalista, Jared Leto, em “Search and destroy” não empolgou muito. Ele também bebeu açaí, mais uma vez – e fez questão de dizer que o Brasil tem “a melhor comida”. Teve ainda chuva de papel picado (duas vezes), bolas coloridas voando e bandeira do Brasil no palco. Tudo outra vez.

 

Quem não viveu nos anos 90, teve a chance de dar um pulinho nessa década nesta noite. Culpa do Offspring. Quatro anos após show no Sunset, o grupo de pop punk mudou de palco, mas a estratégia para conquistar os fãs seguiu a mesma. E foi além de elogios como “melhor plateia do mundo” e “vocês são lindos”. Das 16 músicas, seis foram de “Americana”, disco mais famoso deles no Brasil, como “The kids aren’t all right” .

 

O show do Capital teve tom politizado. A banda abriu a programação do Palco Mundo com hits, muitos coros e discursos que fizeram o público gritar “Fora, Temer” e, por duas vezes, puxar coro de “Ei, Temer, vai tomar no c…”. Dinho Ouro Preto, vocalista da banda, citou políticos pelo nome, dizendo que “saquearam o Brasil”. Ele também falou sobre a violência no Rio, que comparou a uma “guerra civil”.

 

O Sepultura consolou na base da porrada os fãs carentes de heavy metal no Rock In Rio 2017. Esta é a primeira edição do festival sem um dia dedicado ao gênero. A banda não abriu mão do peso – ficou até difícil ouvir bem as cordas da Família Lima. Os violinos deram um charme, e dava para pegar uma ou outra coisa durante os solos. Em “Roots” houve uma mudança maior no arranjo ara acomodá-los, com bom resultado. Mas essa não parecia ser a maior preocupação dos fãs lá na frente. 

 

O som do grupo paulista tem alguns dos maneirismos de bandas como Creed e Nickelback, representantes do pós-grunge. Mas a banda, formada em 2014 por ex-membros do Diesel, Sepultura e Reação em Cadeia, mostrou estar disposta a trocar o romantismo pelo hard rock. Deu certo: reuniu uma massa com centenas de camisas pretas, um ótimo público para o horário.

 

O sol deu trégua e a plateia ficou um pouco mais ocupada – e empolgada – do que de costume no horário. O Doctor Pheabes tem bem pouco traquejo no palco, provavelmente porque seus integrantes não têm a música como atividade principal – dois deles são donos da Prevent Senior, empresa que patrocina festivais. Ao menos no quesito carisma, a coisa melhorou muito com a chegada de Supla. Ele cantou hits e covers, e pouco interagiu com a banda.

 

Nomes como Freddie Mercury, David Bowie, Renato Russo, Chris Cornell e Chester Bennington fizeram uma espécie de participação de luxo no show do Republica. Foram eles os mais aplaudidos, ao aparecerem no telão, que exibiu seus rostos durante a música “Tears will shine”. A banda brasileira de metal (com letras em inglês) reuniu poucas pessoas no palco Sunset, e grande parte delas assistiu à apresentação sentada.

 

G1

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