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Público aceita e aplaude versão moderna da saga de Jesus Cristo

“E o trabalho continua”, diz em voz alta o personagem Emanuel para o Cristo ressuscitado, em um dos momentos mais emocionantes da ´Paixão do Menino Deus´. O desabafo é um apelo ao compromisso social como missão constante de cada um de nós. Foi nesse tom sacro e ao mesmo tempo contemporâneo que o espetáculo do diretor Tarcísio Pereira estreou na noite da quarta-feira (8), na Praça Dom Adauto. Nas arquibancadas lotadas, entre silêncio intermediado por palmas, o público dava sinal de que havia digerido realmente a mensagem milenar, que este ano ganhou uma roupagem urbana, para discutir uma questão social contemporânea – as drogas. O evento é uma realização da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e continua diariamente até este domingo (12).

A espectadora Ângela Chaves, de 45 anos, lembrou que a peça propõe um Cristo atemporal. “Excelente. Fiquei muito emocionada. Mostrou duas versões que são na verdade de uma mesma história. O texto bíblico dentro da nossa realidade, dentro do que a gente passa. A mensagem de Emanuel é a de que é possível salvar a humanidade das drogas. Basta querer e ter políticas públicas para isso”, ressaltou.

Para o pequeno Kelvin Martins, de 11 anos, os ensinamentos de Cristo estão em todos os episódios da vida, especialmente naqueles em que é preciso mudanças profundas. “Eu sou evangélico e também sei a história bíblica de Deus. Fiquei emocionado com Emanuel. Passa a mensagem de que em qualquer situação podemos ver os ensinamentos de Jesus”, disse.

O espetáculo sugere que até mesmo nos grupos de crianças e adolescentes, distribuídos em guetos e comandados por chefes de tráfico, a esperança nunca está perdida. É justamente nessa zona perigosa do subúrbio que Emanuel (Ely Porto) resolve mudar o mudo ao seu redor, abraçando uma causa difícil. Enquanto isso, Cristo assiste a tudo e relembra o tempo em que veio à Terra.

Para o ator Ely Porto, que faz o personagem Emanuel, a estréia do espetáculo mostrou que a população conseguiu ver na encenação o essencial da mensagem bíblica. “Consegui perceber que o processo todo de criação se conclui quando a platéia chega. Ela é o último elemento da encenação. Como se trata de um espetáculo inovador, primeiro houve um choque das pessoas, necessário para que elas digerissem a mensagem. E essa mensagem de Cristo há dois mil anos é a mesma de hoje. Trata-se da libertação”, disse.

Secom

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