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Espetáculo que discute abuso sexual chega a João Pessoa

Projeto que discute o abuso sexual a menores, Eros Impuro faz temporada no Teatro Ednaldo do Egyto

 

 

Nascido em Brasília, em abril de 2011, a partir de processo compartilhado que envolveu artistas de diversas linguagens, Eros Impuro dialoga com tema que se põe urgente à sociedade brasileira: o abuso sexual contra crianças e adolescentes. Vencedora do primeiro lugar do edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) de Circulação Nacional e do Prêmio Myriam Muniz 2012, a montagem segue a itinerância nacional no Teatro Ednaldo do Egyto (João Pessoa), com sessões de 29 a 31 de agosto (quinta a sábado) às 20h, e 1 de setembro, às 19h, com entrada franca. Além da peça, a Caravana Eros Impuro traz gratuitamente a oficina O Exercício da Crítica Teatral (de 30 de agosto a 1 de setembro, das 14h30 às 17h30). Após sessão do dia 30 de agosto, haverá o painel A arte diz não ao abuso sexual contra crianças e adolescentes com os artistas da Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro.

 

No centro do palco, o ator Jones de Abreu dá vida ao pintor Andrei, fortemente maculado na infância por um homem feito que exibiu os “seus desejos”, provocando uma pulsão que se torna incontrolável obsessão para o personagem. Artista plástico de formação, Jones de Abreu (26 anos de atividade no teatro) executa o esboço da obra ao vivo enquanto dá vida aos personagens que pulam do imaginário de Andrei, sob dramaturgia e direção de Sérgio Maggio (autor do espetáculo Cabaré das Donzelas Inocentes e do premiado livro Conversas de Cafetinas/Prêmio Jabuti 2010). “É um desafio narrar, com delicadeza e contundência, uma história ao mesmo tempo urgente e difícil como esta. Cada sessão tem sido um aprendizado”, revela Jones.

 

NA ESTRADA — A montagem da Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro acaba de chegar de Belém, onde fez quatro apresentações no Sesc Boulevard. Em janeiro, esteve no festival internacional Janeiro de Grandes Espetáculos, em Recife, seguindo depois para Salvador (Teatro SESC SENAC Pelourinho), Belo Horizonte (Funarte) e Curitiba (Miniauditório do Teatro Guaíra). Passou antes pelo Festival Nacional de Vitória, o Congresso de Artes Cênicas de Goiás (Goiânia), a Mostra Arte e Estética (Funarte e Teatro Mosaico de Brasília) e teve temporada de 18 sessões em Brasília e Sobradinho/DF. “Em 2013, vamos circular por 10 capitais das cinco regiões do País. Todo grupo teatral sonha correr esse Brasil continental. Chegar a João Pessoa é um desejo do grupo, por ser uma cidade com forte influência teatral no Nordeste”, aponta Sérgio Maggio.

 

OFICINA DE CRÍTICA — Além de quatro sessões com entrada franca, Eros Impuro chega a João Pessoa acompanhada pela oficina O Exercício da Crítica Teatral, ministrada gratuitamente por Sérgio Maggio, e destinada a estudantes, atores, diretores e amantes do teatro. Serão 20 vagas oferecidas em nove horas/aulas (30 de agosto e 1 de setembro, das 14h30 às 17h30, com inscrições feitas pelo e-mail [email protected]). Na oficina, realizada no Teatro Ednaldo do Egyto os participantes vão se habilitar a desenvolver o pensamento crítico. Atualmente, o oficineiro faz mestrado em Crítica Teatral na Universidade de Brasília (UnB). “Tive a oportunidade de realizar essa oficina no Janeiro de Grandes Espetáculos em Recife, em Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, e, por duas vezes, tanto no Festival de Vitória quanto no Cena Contemporânea de Brasília. A resposta foi imediata e apaixonante. Juntos, eu e os participantes quebramos em pedaços o estigma da crítica como uma estância demolidora”, adianta Sérgio Maggio.

 

A NARRATIVA — Por meio da dimensão sensível da arte, o pintor Andrei busca encontrar a redenção e livrar-se da nódoa que o persegue desde menino. No entanto, sua obra é taxada de pornográfica, suja. Julgado e marginalizado por uma sociedade conservadora que tem dificuldade de lidar com o erótico, ele segue sem acesso a galerias e acuado em seu processo obsessivo. Lentamente, enlouquece sob testemunho do público, que se torna voyeur não só desse progressivo estado de paranoia quanto de criação, já que o personagem realiza a sua obra em tempo real, no aqui e agora do teatro, enquanto decorre a narrativa memorial, na qual lembranças, esquecimentos, fantasias e delírios explodem mesclados ao cheiro de tinta e aos movimentos compulsivos de criação.

EROS IMPURO

Direção e dramaturgia: Sérgio Maggio.

Atuação: Jones de Abreu.

Produção executiva: Claudia Charmillot.

Iluminação: Vinicius Ferreira e Juliana Drummond

De 29 a 31 de agosto (quinta a sábado), às 20h, 1 de setembro, às 19h, no Teatro Ednaldo do Egyto (Rua Maria Rosa, 284, 3214-8021), com entrada fraca. Não recomendado para menores de 18 anos.

Informações: www.erosimpuro.blogspot.com.

Oficina: inscrições [email protected]

Teaser do espetáculo: http://www.youtube.com/watch?v=WbNUqFaFYqU&feature=player_embedded



Redação com Assessoria

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