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Compositor de sucessos, médico sertanejo sonha com fama nos palcos

Um médico cantor ou um cantor médico. Tanto faz. A ordem dos fatores não altera o produto. Henrique Marx é um homem de sorte. Nasceu com dois dons. O de curar, por meio da medicina, e o de alegrar, por meio da música. Somando 15 anos de medicina e 20 de música, Dr. Henrique, aos 37 anos, desponta como mais um forte nome da música sertaneja nacional.

Aos 9 anos de idade, quando ganhou uma sanfona de presente, Henrique Marx não demorou para começar a tocar em festas e concursos. Aos 14 anos, vieram as primeiras composições e uma aposta de que ele poderia brilhar nos palcos brasileiros. “A música sempre esteve na minha vida. Mas eu tinha vontade de ajudar as pessoas. No futebol, quando alguém se machucava, eu era o primeiro a ajudar. Quando entrei na faculdade de medicina, achei que meu destino já estava traçado. Fui para o Acre para ser tenente médico mas, do nada, a música voltou com força. O pessoal descobriu que eu gostava de cantar e comecei a me apresentar em bailes”, lembra.

Quando voltou para a Baixada Santista, Henrique, que é cirurgião-geral e proctologista em um hospital público de São Vicente, estava focado na profissão. Entre uma consulta e outra, porém, a veia musical saltava. Até que, em 2000, a primeira música composta por ele começou a tocar em rádios de todo o país, na voz de Reginaldo Rossi. Depois disso, foi uma atrás da outra. Edson e Hudson, Bruno e Marrone, Rio Negro e Solimões, Maria Cecília e Rodolfo, Guilherme e Santiago, Daniel, entre outros, começaram a procurar o médico. Mas nada de consultas. Eles queriam composições de Henrique Marx. “Minhas músicas passaram a ser conhecidas no Brasil inteiro, mas na voz de outros cantores. Quando a música ‘A Chapa Vai Esquentar’ entrou na novela A Favorita, as coisas começaram a deslanchar mais ainda”, comemora.

O sucesso era inevitável. A música, que tocava diariamente no horário nobre da TV Globo, estava na boca do povo. Cada vez mais, Henrique Marx passou a ser reconhecido nas ruas e, os convites para shows se multiplicaram, junto com o assédio dos fãs. “O carinho é enorme. Vários pacientes pedem para eu dar um autógrafo atrás da receita médica e falam que adoram as minhas músicas. São várias brincadeiras. Uma vez eu estava no corredor do hospital quando chegou um rapaz baleado. Quando ele me viu, falou ‘Vou ser atendido pelo médico cantor! Estou Salvo’. O pessoal gosta de falar que foi atendido por mim”, conta.

Como médico, Henrique Marx já salvou várias vidas. Como artista, já realizou muitos sonhos, inclusive o de cantar ao lado de pessoas que, antes, ele era apenas fã, como Bruno e Marrone e Zezé di Camargo e Luciano. Milhares de pessoas já ouviram uma música do compositor sem saber que era dele. Hoje, ele quer cantar as próprias músicas e ser reconhecido por isso. “Gostaria muito de mostrar meu trabalho no Faustão ou no Luciano Huck. Já tive a oportunidade de ir no Programa do Jô e foi maravilhoso. Foi muito importante para a minha carreira. Consegui contar a história da música e da medicina de uma forma descontraída, ao lado de um ícone da televisão brasileira”, comemora.

A música mais recente do cantor, “Na casa da vizinha”, já é sucesso em todo o litoral de São Paulo. O clipe oficial da canção, inserido dentro de um site de compartilhamento de vídeos, já foi acessado mais de 650 mil vezes. Henrique faz graça com o sucesso. “Acordei com a ideia de fazer essa música. Gostei muito quando o refrão estava no papel, já que dá um duplo sentido bem legal. Depois que a música fez sucesso, as mulheres da vizinhança querem que eu vá jantar na casa delas. Mas a gente escolhe um pouco a comida, né”, brinca.

Se atingir o sucesso que tanto almeja, Henrique sabe que terá dificuldades para exercer a medicina. Mesmo assim, o médico descarta qualquer possibilidade de abandonar a jaqueta branca. “Faço a medicina de forma fiel, honesta e bondosa. De segunda a quinta-feira atendo nos hospitais. No fim de semana faço shows. Quem é médico jamais deixa de ser médico. Com o dinheiro da música, que é maior que o da medicina, pretendo fazer parcerias com as prefeituras dos locais onde irei me apresentar. Se o show começar às 22h, às 17h pretendo dar atendimento gratuito ao pessoal. Nunca vou abandonar esse sacerdócio”, garante.

G1

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