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Claudia Leitte cancela eventos por greve de policiais militares

A cantora Claudia Leitte informou, por meio de sua assessoria de imprensa, nesta segunda-feira, que foram cancelados dois eventos previstos para os próximos dias em Salvador. O motivo alegado foi a insegurança causada pela greve de policiais militares no Estado.

“Frente ao quadro de insegurança em nossa cidade e dos desdobramentos da greve de parte da Polícia Militar baiana, a coletiva de Claudia Leitte que seria realizada amanhã, dia 7, no Hotel Pestana Convento do Carmo fica adiada, assim como a programação que seria realizada em visita ao Hospital Aristides Maltez.”

Os eventos não tem data prevista para ocorrer. “Tão logo tenhamos a paz restabelecida em nossa cidade, informaremos uma nova data para o encontro”, finalizou a nota.

No domingo, a cantora comentou a greve dos militares e se disse “triste e preocupada” com a situação. Em seu blog oficial, a cantora disse que “a Bahia está pagando um preço muito alto por tudo isso.”

“Quando impedem o nosso ir e vir, quando cerceiam nossa liberdade e tiram a alegria que é uma marca em nosso povo, em nossa terra, algo de muito grave está acontecendo. A Bahia está ferida. Chega de radicalismo”, escreveu a cantora. Ela também pediu que as autoridades cheguem a uma solução para o problema. “Rogo às partes que busquem no entendimento a solução para esse impasse que tanto penaliza os baianos e os que nos visitam.”

A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Terra

 

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